sábado, 21/setembro
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Confiança do consumidor registra segunda alta consecutiva, diz FGV

O ICC (Índice de Confiança do Consumidor), calculado pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), subiu 1,8 ponto em julho, alcançando 92,9 pontos. Este resultado representa a segunda alta consecutiva do índice. Em termos de médias móveis trimestrais, o indicador manteve-se praticamente estável, com uma leve variação de 0,1 ponto, atingindo 91,1 pontos. Em março, foi observada a primeira alta da confiança do consumidor após duas baixas nos dois primeiros meses de 2024.

“A confiança dos consumidores aumentou pela segunda vez consecutiva em julho, impulsionada principalmente pelas expectativas para os próximos meses, com forte alta no indicador de situação financeira futura das famílias. A avaliação dos consumidores sobre a situação presente, por outro lado, ficou estável no mês e continua caminhando de lado. O aumento da confiança continua sendo impulsionado, majoritariamente, pelas faixas de renda mais baixas. Esse resultado parece estar alinhado com um mercado de trabalho mais aquecido e controle da inflação, fatores preponderantes para formar a percepção dos consumidores dessa faixa”, diz Anna Carolina Gouveia, economista do FGV Ibre do Valor Econômico.

Expectativas futuras positivas

O IE (Índice de Expectativas) subiu 3,0 pontos, atingindo 101,1 pontos, também em sua segunda alta consecutiva. Por outro lado, o ISA (Índice da Situação Atual) estabilizou-se em 81,6 pontos, permanecendo no maior nível desde novembro de 2023, quando registrou 82,0 pontos.


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Dentre os componentes do ICC, o indicador que mede as perspectivas para as finanças futuras das famílias foi o principal responsável pela elevação da confiança em julho, subindo 6,7 pontos e atingindo 107,1 pontos, o maior nível desde agosto de 2023, quando registrou 107,5 pontos. O componente que avalia o ímpeto de compras de bens duráveis também subiu pela segunda vez consecutiva, avançando 2,7 pontos para 84,0 pontos.

A estabilidade no ISA foi resultado de movimentos opostos entre os indicadores que o compõem. A percepção sobre as finanças pessoais das famílias recuou 0,5 ponto, chegando a 71,0 pontos, enquanto o indicador que mede a percepção sobre a economia local avançou 0,5 ponto, alcançando 92,5 pontos.

Desafios

Apesar das expectativas positivas para as finanças futuras das famílias e para o ímpeto de compras de bens duráveis, o componente que mede as perspectivas para a situação futura da economia apresentou um leve recuo em julho, caindo 0,9 ponto e atingindo 109,4 pontos.

Este cenário sugere que, embora haja um otimismo crescente entre os consumidores em relação às suas finanças pessoais e à disposição para realizar compras, há uma cautela persistente quanto à economia como um todo. A continuidade do controle da inflação e a manutenção de um mercado de trabalho aquecido serão essenciais para sustentar e potencialmente aumentar a confiança dos consumidores nos próximos meses.

(*) Crédito da foto: Freepik