A iniciativa era uma questão de tempo e agora a OYO Hotels & Homes dá seus primeiros passos para se tornar uma empresa de capital aberto, segundo divulgado pelo Skift. A rede indiana, que recentemente recebeu um empréstimo de US$ 600 milhões para quitar débitos e equilibrar custos, contratou instituições financeiras para esta nova etapa.
De acordo com a Money Control, a OYO, apoiada pelo Softbank, firmou parceria com a JP Morgan, Kotak Mahindra Capital e Citi para o que inicialmente seria uma venda de ações de US$ 1,2 bilhão.
A empresa está se inclinando para uma oferta pública em sua base, a Índia. Isso não é surpreendente, já que o fundador e CEO, Ritesh Agarwal, que é um dos principais acionistas da rede, sugeriu que esse poderia ser o caminho no início de julho, citando uma enxurrada de ofertas públicas iniciadas no mercado indiano.
A venda inicial de ações de US$ 1,2 bilhão poderia ser exatamente isso – inicial – já que a OYO levantou US$ 4,1 bilhões em financiamento e refinanciamento de dívidas desde sua fundação em 2013.
A empresa, que recentemente deixou a China e os EUA como mercados focais em favor da Índia, Sudeste Asiático e Europa, está supostamente em negociações de financiamento com a Microsoft no que poderia ser um acordo de nuvem que avaliou a OYO em cerca de US$ 9 bilhões, de acordo com relatórios publicados. Entretanto, a rede não quis comentar o assunto e não deu um parecer sobre as contratações de instituições financeiras.
OYO: últimos movimentos
A OYO sofreu grandes impactos no início da pandemia, quando as reservas caíram 66% em 30 dias em abril de 2020. Quando a rede estava começando a dar seus primeiros sinais de recuperação, uma enorme onda de contágios atingiu a Índia, em outubro do ano passado.
Com sua virada para a Índia, Sudeste Asiático e Europa, e à luz de sua aquisição de US$ 415 milhões do Leisure Group em 2019, acredita-se que a OYO tenha se inclinado um pouco para o lado do aluguel de curto prazo.
Mesmo antes da chegada do coronavírus, a rede indiana já vinha apresentando problemas. Proprietários e parceiros de empreendimentos hoteleiros reclamaram de promessas e pagamentos não cumpridos, falta de controle de preços e tecnologia aquém do esperado.
Em resposta, a OYO afirmou ter trabalhado duro em 2020 para melhorar seus sistemas de reservas e back-office. Mas agora, a empresa precisará provar aos investidores que é diferente do WeWork, parceiro da Softbank que, assim como a rede, se posicionou como uma companhia de tecnologia de ponta, mas desmoronou quando tentou abrir o capital.
(*) Crédito da foto: Divulgação/OYO Hotels & Homes