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Turismo nacional tem faturamento recorde em julho, diz FecomercioSP

O turismo nacional registrou faturamento de R$ 17,5 bilhões em julho, marcando o melhor desempenho para o mês desde 2019, segundo dados da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). Na comparação com o ano passado, a receita do setor teve alta de 3,8%.

Os números da entidade indicam que, no acumulado do ano, a receita do turismo nacional chega a R$ 113,2 bilhões, com avanço de 2,2%. O transporte de passageiros, segmento com maior peso no levantamento, faturou R$ 4,6 bilhões em julho, o que representa alta de 6,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Embora o número de passageiros tenha registrado crescimento moderado, de 1%, o que totalizou 8,5 milhões de viajantes transportados no mês, a alta de 19,39% no preço das passagens aéreas contribuiu para elevar a receita do setor. De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a tarifa média subiu de R$ 603 para R$ 633 em um ano, ou seja, 5%, refletindo a pressão inflacionária que afeta a demanda.


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Outros dados

A Locação de Veículos foi o segmento que obteve o maior avanço, com faturamento de R$ 2,3 bilhões, alta de 9,8%. O resultado, segundo a FecomercioSP, foi beneficiado pelo aumento de 17,7% nas taxas de locação que, somado à demanda durante as férias, resultou em um aumento tanto na quantidade, quanto no volume financeiro.

O setor de Atividades Culturais, Recreativas e Esportivas registrou expansão de 5,7%, atingindo um montante de R$ 1,3 bilhão, impulsionado por uma programação diversificada de eventos durante o período das férias escolares. Já os segmentos de hospedagem e alimentação apresentaram crescimentos de 2,2% e 2,9%, respectivamente, com receitas de R$2,1 bilhões e R$2,7 bilhões. Embora essas variações sejam mais discretas, indicam a continuidade da recuperação econômica, que já havia mostrado um avanço de 10,2% no ano anterior.

No entanto, o cenário é desigual. Os setores de Transporte Rodoviário de Passageiros e Agências de Viagens enfrentaram retrações, com quedas de 1,7% e 0,7%, respectivamente. Isso demonstra que, apesar do crescimento geral nas receitas, muitas empresas ainda enfrentam elevados custos operacionais, o que pode prejudicar sua lucratividade. Nos resultados financeiros do segundo trimestre, várias companhias do setor reportaram prejuízos, evidenciando um ambiente desafiador para a sustentabilidade econômica.

Por outro lado, os números de julho reforçam a robustez do turismo nacional, com o aumento da demanda, mesmo com preços mais elevados, contribuindo para o desempenho positivo. Os investimentos na indústria hoteleira, na ampliação da malha aérea nacional e internacional, e na renovação das frotas das locadoras de veículos estão criando oportunidades de crescimento relevantes para o turismo doméstico, permitindo a quebra de novos recordes sem pressão inflacionária, graças ao aumento gradual da oferta.

“As expectativas para o turismo permanecem otimistas, com a projeção de um mercado corporativo mais dinâmico a partir de agosto, impulsionado pelo desempenho do PIB, além de investimentos contínuos em infraestrutura, como a expansão da malha aérea e a renovação das frotas de veículos”, afirma Guilherme Dietze, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP.

Desempenho regional

O faturamento do turismo nos estados, excluindo o transporte aéreo, alcançou R$ 12,9 bilhões, aumento de 2,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Sergipe e Distrito Federal foram os destaques, com crescimentos de 13,8% e 11,6%, respectivamente. São Paulo, que representa 35% da receita nacional, registrou R$ 4,54 bilhões em faturamento, com alta de 5,1%, impulsionada principalmente pelo transporte terrestre de passageiros.

Por outro lado, no Rio Grande do Sul houve queda de 5,5%. O declínio acumulado entre maio e julho é de 11,7%, o que representa redução de R$ 254 milhões no faturamento em termos absolutos.

(*) Crédito da foto: Pixabay