Após as restrições de capacidade no Aeroporto Santos Dumont para impulsionar o Galeão, o movimento nos aeroportos do Rio aumentou 8% em julho. Desde janeiro, os dois terminais receberam 11,5 milhões de passageiros, crescimento de 3,4% em relação ao ano anterior.
O Santos Dumont, com limitação de voos domésticos, viu seu movimento cair 51,3%, enquanto o Galeão quase dobrou, registrando incremento de 96,7% no volume de passageiros, impulsionado tanto por voos internacionais (34,3%), quanto domésticos (159,8%), aponta O Globo.
As limitações no Santos Dumont, adotadas pelo governo para recuperar o Galeão, reduziram a oferta de assentos em 16%, mas fizeram os aviões voarem mais cheios. A transferência de passageiros para o terminal permitiu a atração de novos voos internacionais. Agora, turistas que antes faziam conexão para o exterior em São Paulo embarcam diretamente do Galeão.
Mesmo com esse crescimento, o Rio ainda não atingiu os níveis pré-pandemia. A previsão para este ano é de 20,7 milhões de passageiros, número ainda abaixo dos 23 milhões registrados em 2019. A cidade continua sendo a única grande capital que não recuperou totalmente seu fluxo aéreo.
Relacionando este cenário com a hotelaria, a alta na movimentação de passageiros refletiu nos números dos empreendimentos cariocas. Segundo dados do InFOHB, em julho, os hotéis da capital fluminense registraram 61,29% de ocupação, superando em 4,3% o mesmo período do ano anterior.
Outros dados
As medidas restritivas no Santos Dumont foram implementadas após pressão dos governos estadual e municipal, visando reverter a crise do Galeão e evitar a saída da concessionária. Especialistas apontam que essa mudança no mercado faz parte de uma readequação. O volume de passageiros que antes embarcava no Santos Dumont e fazia conexões para voos internacionais em São Paulo, agora pode viajar diretamente do Galeão. Esse redirecionamento ajudou a diminuir o congestionamento no Santos Dumont e a revitalizar o fluxo de passageiros no terminal internacional.
Além disso, as restrições no Santos Dumont parecem ter afetado positivamente o preço das passagens. Dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico do Rio de Janeiro indicam que, antes das mudanças, a tarifa média era 21% maior que no restante do país. Em março deste ano, essa diferença caiu para 10%, sugerindo que a transferência de voos ajudou a reduzir os preços.
A expectativa da concessionária RIOGaleão é receber 14,3 milhões de passageiros este ano, sendo 4,7 milhões em voos internacionais. Caso o Santos Dumont atinja seu limite de capacidade de 6,5 milhões de passageiros, o crescimento estimado para os dois aeroportos será de 7%. No entanto, especialistas alertam que o Galeão ainda enfrenta forte concorrência de outros hubs nacionais, como Guarulhos, Campinas e Confins, além de aeroportos do Nordeste, que têm se mostrado cada vez mais competitivos na atração de voos internacionais.
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