Com a pandemia, o setor hoteleiro intensificou seu foco no digital para oferecer experiências únicas e personalizadas aos hóspedes. Segundo uma pesquisa da McKinsey em 2020, a Covid-19 acelerou em três a quatro anos a “digitalização das interações com clientes, cadeias de suprimentos e operações internas” em várias indústrias, inclusive a de viagens, aponta o Phocuswire.
Novos players do setor de turismo visam, agora, se beneficiar dessa aceleração digital e dos avanços recentes em IA (Inteligência Artificial). Assim, cabe perguntar: a indústria de viagens está, então, vivenciando seu próprio salto tecnológico? Ela está pronta para isso?
No contexto de tecnologia, esse salto ocorre quando uma nação ou setor evita etapas de desenvolvimento tradicionais e adota as tecnologias mais recentes, como os pagamentos móveis. Isso impulsiona avanços rápidos em áreas diversas, como comércio e finanças. No turismo, setor vasto e fragmentado, o crescimento depende de cada segmento e de sua infraestrutura.
Integração digital em grande escala
Na Arábia Saudita, a Comissão Real de Alula adota uma abordagem inovadora ao transformar a região em um destino global. Com plataformas como Adobe Experience e Sprinklr, é possível criar campanhas com abordagens diversas e oferecer novas experiências.
Um dos maiores desafios da modernização é o “débito tecnológico” acumulado no setor de viagens. Segundo Timothy O’Neil-Dunne, do T2Impact, essa dívida continua a crescer com as mudanças incrementais. Recentemente, Avi Meir, CEO da Travelperk, apontou uma oportunidade para empresas que queiram superar os players tradicionais, muitos dos quais carregam essa dívida técnica.
Ainda assim, companhias inteligentes no setor de viagens utilizam novas tecnologias para agregar valor aos sistemas antigos. “As ferramentas de integração são muito melhores hoje”, afirmou O’Neil-Dunne. Max Starkov, consultor de Tecnologia em Hospitalidade, observou que a integração de plataformas é um avanço significativo, embora alguns setores, como o imobiliário, permaneçam resistentes à inovação.
(*) Crédito da foto: Pixabay