Há certo tempo, as operadoras que atuam no país “descobriram” as franquias. E, para vencer no franchising hoteleiro, três coisas são fundamentais: marca, capacidade de distribuição e, principalmente, um time com perfil de bom vendedor. Praticamente sinônimo desse modelo de negócio na hotelaria, a Wyndham Hotels & Resorts reúne essas três condições em seu escritório brasileiro, sendo que, no caso do último fator, quem conhece Maria Carolina Pinheiro sabe exatamente do que estamos falando.
Falante, simpática, sempre de bom humor e uma otimista inveterada, a vice-presidente de Desenvolvimento da Wyndham para América Latina e Caribe recebeu a reportagem do Hotelier News para um bate-papo na semana passada, em um restaurante de São Paulo. Cercada por outras duas executivas de Marketing da rede norte-americana, trocava olhares rápidos (e eventuais) com elas para saber até onde podia falar, mas não fugiu de nenhuma pergunta. Como de hábito, aliás, não sem antes dar aquele característico sorriso e falar “não me compromete, hein?”.
“Assinamos 36 contratos na região em 2021, sendo 11 no Brasil, somando 5325 quartos. Em paralelo, abrimos 21 propriedades. Todo esse bom desempenho ainda com uma pandemia em andamento pelo mundo”, comentou Maria Carolina, que completou: “Pode checar entre as demais operadoras: fomos a rede com o maior número de contratos assinados ao longo do ano passado na região”, celebrou.
O resultado representa uma evolução significativa frente ao ano anterior, marcado por efeitos mais severos da pandemia em toda indústria. Em 2020, a Wyndham assinou 23 contratos, sendo seis no mercado brasileiro. “Seguimos com nossa estratégia de assinar tanto contratos de franquia, quanto de administração. Mesmo nos projetos de multipropriedade que fechamos no ano passado está bem misturado. Em alguns casos, tem sido uma demanda do investidor”, explica Maria Carolina.
Ainda assim, como não poderia ser diferente, franquia é a alma do negócio da Wyndham, que tem três parceiros estratégicos no Brasil: a Hotelaria Brasil, que anunciou dois hotéis recentemente em Brasília (Ramada e TRYP); a Trul Hotéis, agora sob liderança de Alejandro Moreno, ex-Wyndham; e Atlantica, maior franqueado no país. A operadora liderada por Eduardo Giestas, por sinal, vai assumir a gestão do Wyndham São Paulo Paulista, administrado antes da pandemia pela Nobile e que estava com operação da própria empresa norte-americana após a saída da rede de Brasília.
Mercado aquecido
Questionada sobre as perspectivas para 2022, Maria Carolina mostrou todo seu lado vendedor – e otimista . Segundo a executiva, a ideia é assinar algo entre 40 e 50 contratos, uma meta bastante ambiciosa. “O mercado está mega aquecido. Tenho percebido muita demanda por conversão, com os proprietários preocupados em ter uma marca conhecida”, comenta. “Além disso, vejo eles também dando muito valor à força que os canais de distribuição de marca reconhecidas podem trazer”, completa.
Falando em conversões, Carol – como é carinhosamente conhecida no mercado – enxerga o desenvolvimento hoteleiro seguindo nessa direção, como foi também no período mais crítico da pandemia. Segundo ela, ainda há muitos proprietários de hotéis independentes procurando uma marca para suas propriedades, bem como síndicos de condo-hotéis analisando mudança de bandeira.
“Há mais projetos greenfield no México e no Caribe, com grande demanda por all Inclusive e segmento luxo”, diz a executiva. “No Brasil, pensando em novos projetos, estamos apostando bastante no segmento de multipropriedade e mantemos conversas com muitas incorporadoras e construtoras. Temos, inclusive, um lindo empreendimento em desenvolvimento na Serra Gaúcha”, acrescenta.
Algo próximo a 50 assinaturas este ano é, de fato, uma meta ambiciosa. Há concorrentes com perspectivas mais conservadoras, mas não há por que duvidar de Maria Carolina. Ela pode até não chegar lá, mas não será por falta de tentativa. Lábia não lhe falta!
(*) Crédito das fotos: Divulgação/Wyndham Hotels & Resorts