É tradicional na hotelaria avaliar indicadores e padrões históricos do empreendimento para criar estratégias futuras. Para Ricardo Souza, contudo, esta prática é insuficiente. Segundo o Team Leader na Latam da OTA Insight, o setor precisa procurar novas fontes e tipos de dados para garantir uma maior janela de reação à volátil demanda do mercado.
Esta foi a principal mensagem passada por Souza em sua palestra no Travel Tech Theatre, no segundo dia da WTM-LA. Ele acrescentou ainda que, como os dois anos de pandemia foram completamente anormais frente ao histórico do mercado, comparar indicadores estáticos de performance não garante boas análises sobre a demanda futura.
“Atualmente, é necessário entender qual é o tipo de demanda que o empreendimento busca. Hoje, hotéis tradicionalmente corporativos verificam como está a busca por viagens de lazer nos finais de semana, enquanto as propriedades de lazer estão recebendo pessoas em trabalho remoto, algo que era impossível no passado”, comentou,
Por conta de fatores externos, como a alta do dólar e falta de cruzeiros, muitos hotéis percebem variações no tipo de público ao longo do tempo. “Se você só achar que o seu cliente é o mesmo em todos os momentos do ano, vai perder muita informação valiosa para sua tomada de decisão e será muito menos assertivo”, comentou.
Dados relevantes
O que os hotéis estão acostumados a avaliar são dados pós-reservas, como ocupação e diária média. “Entretanto, existe muita coisa acontecendo antes do cliente realizar a reserva. Essas podem revelar aos hotéis tendências de mercado e auxiliar na rápida tomada de decisões”, afirma Souza.
“Volume de buscas por voos e hospedagem, destinos mais buscados, principais atrativos e suas localizações são informações cruciais para entender essas tendências. Além disso, outros dados relevantes também incluem origem emissora, antecedência de procura e tempo médio de permanência”, exemplifica.
Não é à toa que empresas especializadas no estudo do comportamento de consumo dos clientes, como Google, Tripadvisor, Expedia, Facebook, Booking.com, estão entre as de maior valor de mercado do mundo.
“Considerando tudo isso, o plano para 2022 deve ser colocar o ‘novo hóspede’ no controle de seus esforços comerciais, adotar uma abordagem nova e mais dinâmica ao cenário competitivo e promover a colaboração entre equipes comerciais para poder fazer bom uso dos dados e atingir resultados melhores”, conclui Souza.
(*) Crédito da foto: Matheus Alves/Hotelier News