A pandemia nos provou que muito pode mudar em pouco tempo, mas ainda existem fatores imutáveis, como a importância da localização na pesquisa de hotéis e o valor das estadas no processo de decisão, revela o CoStar. Segundo a diretora Sênior de Insights de Mercado do STR, Chris Klauda, durante apresentação de dados no Hotel Data Conference, a mentalidade dos hóspedes modernos mudou e continua mudando devido ao Covid-19.
Mesmo com a disposição de pagar taxas cada vez mais altas, o desejo de viajar segue negativo, ainda menos para os hóspedes domésticos do que para os internacionais. Uma pesquisa com mais de 1,1 mil viajantes globais em julho revelou que a propensão de viajar internamente no próximo ano aumentou 29%, e o desejo de viajar internacionalmente aumentou 27%, em relação ao levantamento anterior, realizado em maio.
“O custo é uma preocupação, o Covid-19 não, e o uso do hotel caiu em relação às acomodações alternativas, mas está voltando lentamente”, afirma a executiva, que ressalta o aumento significativo nas viagens realizadas em 2022 em comparação com 2021. “No entanto, é provável que 10% dos viajantes nunca mais voltem”, acrescenta.
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Barreiras ao turismo
A maioria dos entrevistados da pesquisa concordou que os custos de viagem e hotel devem continuar a subir. “Os motivos citados pelos viajantes incluem o custo da viagem, tanto para hotéis quanto para companhias aéreas”, relata Chris, destacando que 71% dos respondentes disseram que os custos de viagem foram a maior preocupação em julho, aumento de 2% frente a maio.
Fora isso, também foram citados os cancelamentos, interrupções e aumento do custo de vida. Já as preocupações com a pandemia vem diminuindo gradualmente, sendo citada por 43% dos entrevistados. É evidente que essas preocupações sanitárias vêm mudando para a pressão inflacionária sobre os preços.
A diretora do STR também salientou que essas preocupações não estão mudando apenas a natureza do viajante, mas também das viagens. “As férias na cidade só agora voltaram a ser um pouco mais populares, até mesmo uma ideia, com as escapadelas no campo e ao ar livre sendo as mais populares”, continua.
Os entrevistados também afirmaram que não só devem realizar mais viagens curtas, como estão propensos a aumentar a frequência de viagens mais longas. Além disso, também há sinais de que as viagens internacionais estão começando a retornar, posto que 44% dos respondentes dizem que provavelmente viajariam para outros países no futuro próximo, em comparação com 65% dizendo que provavelmente fariam uma viagem doméstica.
Acomodações
De acordo com a executiva do STR, a pandemia não mudou a preferência de acomodação da maioria dos hóspedes, pois muitos simplesmente não estavam viajando. “Os hotéis all inclusive oferecem mais experiências e não houve perda de ativos independentes”, complementa.
Considerando as preocupações citadas, contudo, a qualidade da acomodação deixou de ser tão importante em termos de decisões de reserva. A preferência dos hóspedes em reservar hotéis está caindo em termos percentuais em comparação com outras opções de hospedagens, segundo as respostas dos entrevistados.
Se a qualidade das acomodações não é mais tão importante, credenciais ambientais devem seguir como quase irrelevantes, embora o número de entrevistados que citaram como uma preocupação tenha crescido 2% em relação às respostas de maio.
“Em grande parte, no luxo, os hóspedes querem boa comida e bebida, avaliações e limpeza. Para aqueles que reservam hotéis de médio porte, Wi-Fi, políticas de cancelamento e café da manhã são os destaques, enquanto para os hóspedes que escolhem hotéis econômicos, o valor continua sendo o maior fator”, destaca Chris.
(*) Crédito da foto: Reprodução/CoStar
