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Acompanhe a cobertura do Expo Fórum Visite São Paulo

Expo Fórum Visite São Paulo termina com despedida de Lummertz

Com a palestra Economia do Visitante, Vinicius Lummertz encerrou a programação de palestras do Expo Fórum Visite São Paulo. Após a fala do secretário estadual de Turismo e Viagens de São Paulo, o evento teve ainda homenagens para lideranças de associações e o lançamento de um livro.

“Mais do que qualquer outra secretaria, a do turismo se relaciona com todo o mercado e as demais pastas. Do contrário, não conseguimos fazer nada. O turismo é includente”, iniciou Lummertz.


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O secretário foi enfático ao afirmar que o turismo precisa de um plano integrado. “O corpo precisa funcionar como um todo. O SUS funciona porque é integrado. O turismo tem um potencial enorme. Neste ano, alcançamos a marca de 85 mil empregos gerados em São Paulo”, acrescentou.

Despedida

Em uma palestra com tom de despedida, afinal a troca de governo ocorre no primeiro dia de 2023, Lummertz agradeceu o modo como foi recebido no estado e elevou as conquistas realizadas em sua gestão. Entre elas, ele apontou a reestruturação da secretaria, o lançamento do programa e da marca SP Para Todos, além da participação na privatização de aeroportos regionais e a aprovação da Lei de Distritos Turísticos, entre outras coisas.

Lummertz deixa a Secretaria de Turismo de SP

“Participei hoje do Expo Fórum Visite São Paulo 2022, que reuniu os principais nomes do trade turístico. Foi uma participação especial, na qual pude fazer um grande balanço da nossa gestão e concluir projetos importantes. Entregamos os planos de ação do programa Turismo SP em Ação, que mapeou os gargalos de cinco polos turísticos do Estado e envolveu 200 municípios. Homenageamos também os participantes das rotas gastronômicas, que identificaram produtos, pratos e receitas tradicionais da nossa cozinha. Para finalizar, entregamos marcas de lugar (Place Branding) de cinco regiões Vale do Ribeira, Polo Cuesta, Mantiqueira Paulista, Circuito das Frutas e Caminhos da Mogiana”, disse.

O secretário também celebrou os R$ 2 bilhões em créditos liberados para empresas do setor durante a pandemia, as concessões de parques, a expansão do turismo náutico, o investimento em turismo de proximidade e o trabalho de engajamento dos setores.

“Precisamos ser cada vez mais produtivos”, ressaltou Lummertz, que avisou: “São Paulo precisa liderar o processo do turismo brasileiro deixar de ser ‘subprime’ para integrar-se ao turismo de escala global. Tudo precisa estar integrado.”


Expo Fórum Visite São Paulo debate setor aéreo

Em prosseguimento à programação do 4º Expo Fórum Visite São Paulo, aberto hoje (16), Eduardo Sanovicz foi ao palco para passar um panorama do setor aéreo no país. Custos, agenda ESG e estímulo à demanda pautaram a fala do presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas).

De fato, segundo Sanovicz, essas são as três diretrizes de atuação essenciais para as companhias aéreas associadas. Em relação à primeira, um passo fundamental é a redução na tributação do querosene de aviação. “É essencial. De 2017 para cá, o querosene de avião aumentou mais de 200%”, destacou.

Para ele, é urgente revisar o atual modelo de precificação do combustível, que é indexado ao dólar. “Hoje, 90% do querosene é produzido no Brasil. Isso faz com que quase 60% do custo de um bilhete seja dolarizado. Isso pode mudar”, disse Sanovicz, acresentando que essa revisão vem se arrastando nos três últimos governos federais. “E, inclusive, entregamos à comissão de transição, na quinta-feira passada, uma proposta que revê essa política.”

Razões

Para explicar o impacto que a redução dos tributos teria no setor, o presidente da Abear usou como exemplo a queda na alíquota de ICMS no estado de São Paulo, que recuou de 12%. Essa diminuição, segundo o dirigente, permitiu a ampliação de voos no estado, o que gerou novas receitas.

Sanovicz em ação durante o Expo Fórum SP

“Então, trocamos tributação pelo aumento do volume. Desta forma, tivemos crescimento de receita também na hotelaria, na gastronomia, no comércio e nos eventos, além de estabelecimentos comerciais sendo lançados”, acrescentou.

Sanovicz destacou que a aviação brasileira vive um momento de regionalização e compartilhou também uma perspectiva positiva para a ampliação da aviação de carga, sobretudo no litoral paulista.

Outro ponto destacado pelo presidente da Abear foi o potencial do Brasil para liderar a corrida da aviação sustentável. “O Brasil já produz biocombustível de aviação por meio da Embrapa. Precisamos de uma política pública que estimule o uso desse combustível sustentável. Hoje, o insumo custa quatro vezes mais caro do que o querosense de aviação normal”, compara o dirigente, que avisa.

“Em uma década, o Brasil pode se transformar em exportador de biocombustível de querosene”, encerrou.


Panorama da Hotelaria em destaque

Na sequência da programação do Expo Fórum Visite São Paulo, aberto hoje (16), Orlando Souza, presidente executivo do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), apresentou a palestra Hotelaria no Brasil. O painel foi um grande diagnóstico da performance do setor.

Segundo o dirigente, apesar do panorama positivo na hotelaria brasileira, a “incerteza é a nova certeza”. “Este ano foi um período em que a hotelaria tentou se adequar e começou a melhorar. O melhor não significa que saímos inteiramente do poço”, ponderou.

Em sua fala, Souza sublinhou que a hotelaria foi profundamente impactada pela pandemia. “Os hotéis ficaram fechados, com restrições na ofertas de quartos, as restrições de viagens. Cerca de 800 fecharam as portas definitivamente em função da pandemia”, lamentou.

Por isso, para ele, retomar os preços é fundamental, acrescentando que não adianta ter o hotel lotado se as diárias não conseguirem cobrir as perdas acumuladas nos últimos meses. “O fluxo de caixa ficou comprometido pela pandemia. Precisamos ter retomada dos preços.”

Lazer puxa fila

Orlando Souza pontuou que a hotelaria de lazer retomou fortemente. “O turismo doméstico performou bem, com a hotelaria se beneficiando disso. É natural que a hotelaria de lazer tenha retomado mais rapidamente do que a de negócios. As decisões de viagem no CPF são mais fáceis do que CNPJ”, disse ao público do Expo Fórum Visite São Paulo.

Por fim, Souza compartilhou um panorama positivo para o ano que vem. “A perspectiva é que a hotelaria volte ao normal em 2023”. Ele também orientou ao setor ficar de olho nas movimentações mundiais, como a Guerra da Ucrânia. “O turismo não está ilhada e temos que acompanhar as megatendências”, finaliza.

(*) Zaqueu Rodrigues, especial para o Hotelier News

(**) Crédito das fotos: Zaqueu Rodrigues