Fabrício e Gustavo Guzzoni dão sequência ao trabalho familiar à frente do Ca'd'Oro
(fotos: Filip Calixto)
"Mescla o tradicional e o moderno". Dessa maneira Fabrício Guzzoni define a atmosfera do prédio que tem a missão de gerir. O semblante de concentração do jovem condiz com a responsabilidade que assumiu ao sentar na cadeira de gerente geral na reabertura do Hotel Ca'd'Oro, empreendimento símbolo da hotelaria de luxo praticada a partir de meados dos anos 1950 e que está semana abriu novamente as portas para hóspedes depois da reconstrução, que durou quase sete anos.
Instalado no mesmo terreno que o consagrou, o meio de hospedagem fica na região do Baixo Augusta, próximo ao centro da cidade e da Avenida Paulista. Resultado do empreendedorismo familiar, o estabelecimento começou como restaurante e funcionou durante 53 anos de maneira ininterrupta, até fechar as portas em 2009.
Da antiga edificação restam um acervo de objetos decorativos, como um antigo piano Erard, alguns colaboradores, responsáveis por salvaguardar a cordialidade de outros tempos, uma biblioteca e a inspiração vintage que dá o tom aos ambientes da nova construção. No mais, tudo é novo. O complexo que tinha 400 quartos oferece agora singelos 147 que têm entre 26 e 56 m². A piscina subiu do térreo para a cobertura e os hóspedes passaram a contar com academia, sauna e sala para eventos.
Por ora, o prédio funciona com 40% de sua capacidade de hospedagem no chamado período de soft opening, que é a fase de aprimoramento dos serviços e das instalações. Entretanto, com o passar dos meses outros apartamentos entram na disponibilidade. Ao final do ano, 60% das habitações devem estar disponíveis. A tarifa práticada deve ser fixada na casa dos R$ 400.
"Miramos uma fatia de mercado bem direcionada. São empresários que estão na cidade em virtude de compromissos de trabalho e utilizam essa hotelaria mais sofisticada", argumenta Guzzoni. De acordo com ele, a estratégia é andar conforme dita o costume da cidade. Sendo assim, o hotel passa a funcionar com inventário e equipe total quando o ritmo do município pedir. A expectativa é que em março todos os quartos estejam funcionando e a equipe de 80 colaboradores passe a ter cem. Até lá a estimativa é ter a ocupação girando em torno de 45%.
Junto ao gerente geral, está Gustavo Guzzoni – primo de Fabrício – como gerente Operacional. Ambos são herdeiros da família que fundou o empreendimento e cujo patriarca é o italiano Aurelio Guzzoni. Com discurso alinhado, os dois fazem questão de frisar a característica humana que o empreendimento busca em seu atendimento. A filosofia de atendimento personalizado e cuidado com os detalhes foi lição de casa para a dupla e ganha ressonância com os dez colaboradores que atuaram na outra fase do hotel e voltam agora.
Aurélio Guzzoni, patriarca do Ca'd'Oro e filho de Fabrízio Guzzoni, fundador do hotel
(foto: Peter Kutuchian)
Investimento e reconstrução
Vendido quando encerrou as atividades, o meio de hospedagem foi completamente reconstruído pela Brookfield, que investiu mais de R$ 300 milhões no projeto. Ainda antes de completar a reestruturação, a incorporadora já negociou todos os imóveis e, conforme acordado na compra do terreno, a gerência do Ca'd'Oro ficou a cargo da família Guzzoni.
Projetado para uso misto, o complexo conta com duas torres – uma residencial e uma comercial, onde está inserido o hotel, entre os pavimentos de número 19 e 27.
"Temos imenso orgulho de ter participado disso. De devolver à cidade, com os mesmos valores de antes mas mais moderno e intimista, um símbolo paulistano", considera Ricardo Lahan, diretor da Brookfield para o mercado de São Paulo.
Serviço
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