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Congresso norte-americano estuda criação de lei para hotéis com falhas em sua segurança

No dia 1º de dezembro de 2013, Kari Rene Hunt Dunn concordou em encontrar seu esposo para uma conversa no Baymont Inn and Suites, em Marshall, no Texas (EUA). O casal estava separado já há algum tempo e Kari já tinha comunicado ao marido a sua intenção de divórcio.

Kari seguiu então, na companhia da filha do casal de nove anos, para o encontro. Quando entrou no apartamento, antes que desse conta do que viria a acontecer, já estava sendo atacada pelo marido, que desferiu-lhe algumas facadas pelo corpo e fugiu. A mulher ainda teve forças para pedir a filha que ligasse para a emergência. A criança, em choque, não conseguiu chamar o socorro a tempo porque não sabia que, para completar a ligação, era necessário discar o nove antes do número desejado. Kari morreu naquela mesma noite e o marido desapareceu, sendo localizado semanas depois e posteriormente, condenado a uma pena de 99 anos de reclusão por homicídio qualificado.

Hank Hunt, pai da vítima, iniciou uma campanha no change.org para a criação da lei Kari, que obriga todos os hotéis, motéis e similares a permitir que a ligação em caso de emergência, seja feita de forma mais eficiente e imediata, além de outras medidas de segurança que ainda não são comuns nesses estabelecimentos. A lei tramita no Congresso Americano.


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Por Eric T. Chaffin para o The Legal Examiner

Outro exemplo de falha na segurança ocorreu em setembro de 2008, quando Erin Andrews, repórter da ESPN, hospedou-se em um hotel da Marriott International, em Nashville, Tennessee (EUA). Durante a sua estada, um fã chamado David Barrett, de posse do número do seu apartamento, hospedou-se na unidade ao lado da sua, abrindo um buraco na parede e espionando a repórter, filmando inclusive o momento em que trocava de roupas. O vídeo foi parar na internet, recebendo milhões de visualizações.

Barrett foi condenado a dois anos e meio de reclusão. A Marriott alegou que ele foi o único responsável pela captação das imagens, mas o juiz entendeu que a companhia também tinha uma parcela da culpa pela falta de segurança da unidade. Além disso, Andrews alegou que a informação sobre o número de seu apartamento era sigilosa e que não havia como outra pessoa descobrir se não fosse pelo próprio descuido ou ingenuidade de um colaborador do hotel. Na sua declaração, ela disse que se tivesse conhecimento de que alguém procurou saber o número do seu apartamento para hospedar-se ao lado, teria informado as autoridades no mesmo momento. A indenização foi de US$ 55 milhões.

Essas histórias, assim como outras que não são divulgadas, são mais comuns do que deveriam ser. O exercício da hospitalidade implica o oferecimento de locais seguros e dotados de diversas soluções que objetivem a privacidade e integridade física dos hóspedes. No sentido de evitar novas ocorrências, o site norte-americano The Legal Examiner elaborou alguns procedimentos na hora da escolha por um hotel. Confira abaixo algumas.

– Procure por hotéis que ofereçam restrição às áreas comuns do empreendimento e bloqueios nos pavimentos, que só podem ser acessados com a chave do apartamento;
– Se perceber buracos nas paredes, comunique a recepção e solicite a troca do quarto;
– Forneça sempre que possível, apenas o primeiro e o último nome ao se hospedar. Principalmente em caso de mulher viajando sozinha;
– Ao fazer o check-in, pergunte sobre a possibilidade de mudar o número do apartamento. Isso evita a chance de outros já terem descoberto em que quarto você estará;
– Faça um teste e telefone à recepção do seu celular e peça para falar consigo mesmo. Se a recepcionista lhe informar o número do apartamento, é um mau sinal;
– Confira se a porta e as janelas do apartamento fecham corretamente. Se não, solicite imediatamente um novo apartamento;
– Coloque sempre o aviso de "não perturbe" quando sair e, se possível, deixe a televisão ligada para dar a impressão de que tem alguém no apartamento.

* Crédito da foto: Pixabay/pixelcreatures