Quando a pandemia estava em seu auge e o Zoom era o “novo normal”, parecia pouco provável que as viagens corporativas voltassem aos padrões pré-Covid. Tudo bem, dentro do turismo, talvez o turismo de negócios seja o último a ter retomado, mas o fato é que o segmento voltou com força desde o ano passado, mantendo a boa performance em 2024. No acumulado do terceiro trimestre, por exemplo, o setor movimentou R$ 3,3 bilhões, alta nominal de 10,2% frente a 2019, quando o volume total chegou a R$ 2,992 bilhões. Os números são da Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas).
Corrigida a inflação oficial acumulada no período (2019 a 2024), contudo, ainda há ainda uma subida a ser feita, visto que os R$ 2,992 bilhões de 2019 corresponderiam R$ 4,155 bilhões (-20,5%) em valores presentes. Em paralelo, o número de transações ainda segue abaixo dos padrões pré-pandemia. No terceiro trimestre deste ano, o volume era de 5,058 milhões, abaixo dos 5,333 milhões há cinco anos (-5,1%). Apenas em setembro de 2024, o setor faturou R$ 1,179 bilhão, recuo real de 15,1% na comparação com os R$ 1,389 bilhões de 2019.
“Entendemos que esse trimestre está dentro de nossas previsões, o que fará deste ano um dos mais importantes do setor, pois chegaremos a R$ 15 bilhões de faturamento.” – Humberto Machado, diretor executivo da Abracorp
Hotelaria
Sempre um dos motores do faturamento das viagens corporativas, a Hotelaria fechou setembro com um volume de R$ 355 milhões em negócios, alta nominal de 10,1% na comparação anual, mostram os dados da Abracorp. A boa nova é que, frente a 2019, o segmento é, ao lado dos Serviços Rodoviários e de Locação de Veículos, o único a apresentar crescimento corrigida a inflação no período. Em valores presentes, o setor hoteleiro faturou R$ 345,81 milhões em 2019, 2,6% abaixo deste ano.
Locações de Automóveis e Serviços Rodovários seguem crescendo de carona no alto valor das passagens aéreas no Brasil. Ao fim de setembro, os dois segmentos movimentaram R$ 30 milhões e R$ 6,475 milhões, respectivamente, crescimento real de 36,2% e 381% frente a 2019, respectivamente. Na mesma base de comparação, a Aviação faturou R$ 692,3 milhões, bem abaixo dos R$ 958,7 milhões registrados há cinco anos (-38,4%).
Os números de cada segmento em setembro podem ser vistos na tabela abaixo. Vale destacar que, para efeito de comparação, os dados dos anos anteriores não contam com os efeitos inflacionários no período.
(*) Crédito da capa: Pixabay
(**) Crédito do infográfico: Divulgação/Abracorp