domingo, 22/setembro
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Aeroportos da América Latina se aproximam dos níveis pré-pandemia

Com a gradativa retomada do turismo internacional, os aeroportos vêm recuperando a demanda por viagens. O destaque de agosto, no entanto, fica para as pontes aéreas da América Latina, que não só estão demonstrando melhor desempenho que o resto do mundo, como já estão praticamente alcançando os níveis pré-pandemia. Segundo os dados do ACI (Conselho Internacional de Aeroportos), a região registrou tráfego aéreo apenas 1,7% inferior aos valores de 2019. No Brasil, o número foi 5% abaixo na mesma base de comparação, de acordo com informações divulgadas pelo portal GHZ.

Para o diretor-geral do ACI-LAC (Conselho Internacional de Aeroportos da América Latina e Caribe), Rafael Echevarne, o motivo para tal divergência com o resto do mundo é a escassez de alternativas de deslocamento. Na região, o transporte aéreo é o principal meio de transporte para grandes distâncias, o que impulsiona a demanda. Enquanto que nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, também há a oferta de trens de passageiros.

“A situação da América Latina é espetacular. Os dados de agosto, comparados a 2019, mostram que o tráfego na região está praticamente no mesmo nível pré-pandemia. Isso contrasta fortemente com outras partes do mundo”, comenta Echevarne.


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Entre os países latino-americanos, o México foi destaque por não ter fechado as fronteiras, apresentando aumento de 11% no tráfego aéreo frente a agosto de 2019. Já a Argentina e o Chile, que foram os últimos a acabar com as restrições, verificaram queda de 19% cada um no desempenho. República Dominicana e Colômbia também cresceram 17% e 5%, respectivamente, enquanto o Peru e o Panamá recuaram 14% e 4%, respectivamente, na mesma base comparativa.

Outros fatores

Ainda de acordo com Echevarne, o setor na Europa enfrenta problemas de mão de obra em função da interrupção do tráfego no início da pandemia, o que levou muitos funcionários a buscarem trabalho em outros setores. “Agora, os aeroportos estão com dificuldades de atrair pessoal, mas estão trabalhando para recuperar esses funcionários”, disse. “Na América Latina, não há esse problema, provavelmente porque o tráfego está voltando muito rapidamente.”

A guerra na Ucrânia também é um possível fator de influência para a expressiva diferença conquistada pelos aeroportos da América Latina. A região não é afetada pelo conflito, visto que os grandes fluxos aéreos internacionais ocorrem entre Estados Unidos, Canadá, Europa e Ásia.

(*) Crédito da foto: Unsplash/Pascal Meier