sábado, 21/setembro
InícioLIFESTYLEConciergeAjeum da Preta serve cardápio afro-brasileiro

Ajeum da Preta serve cardápio afro-brasileiro

*Matéria originalmente publicada no site Que Gostoso!, de Claudio Schapochnik

O cardápio da maravilhosa culinária afro-brasileira é extenso – e ainda bem! Na lista e no meu gosto, elenco o acarajé (“quente”, ou seja, com pimenta, de preferência bastante) e a moqueca baiana (sem coentro, peloamor). Por outro lado, conheço pouquíssimo dessa gastronomia feita nos terreiros das religiões de matriz africana, como o candomblé. Esse o foco da simpática e talentosa cozinheira Cacau Alves, que fundou o catering Ajeum da Preta.

Ajeum-da-Preta-serve-cardapio-afro-brasileiro-Foto-Claudio-Schapochnik-Que-Gostoso-4
No alto, detalhe do acarajé do Ajeum da Preta e, acima, Cacau Alves exibe a iguaria na feira Comida de Herança

“Nasci em São Paulo, trabalho desde os 12 anos e cozinho as receitas dos meus avós baianos”, afirmou Cacau ao QUE GOSTOSO!. Ela participou da feira Comida de Herança, no mês passado, no Museu da Imigração na capital paulista. Era uma edição especial do evento, que também recordava o Dia da Consciência Negra (20/11).


LEIA TAMBÉM


“Por meio da comida, resgato e apresento ao público a minha ancestralidade”, resumiu Cacau. “Do cardápio, faço tudo aqui em São Paulo”, completou a cozinheira.

“Meus campeões de preferência do público são o acarajé, o xinxim de galinha e a farofa de banana da terra”, ranqueou.

Ajeum-da-Preta-serve-cardapio-afro-
A farofa de banana da terra

Em relação mais especificamente à comida dedicada aos orixás, Cacau me explicou algumas que faz: “axoxô — para Oxóssi, lembra a canjica, é à base de milho amarelo e lascas de coco fresco; omolucum — para Ogum, feijão fradinho cozido com carne seca, cebola e ovo cozido; e feijão de Ogum, feijão preto, azeite de dendê e gengibre”.

“Cerca de 80% do público não conhece o cardápio, e eu e minha equipe explicamos pra quem quiser saber mais”, disse ela.

Por falar em público, Cacau só leva suas comidas para eventos e feiras. O restaurante tão sonhado por ela, que bom, está perto de ser concretizado. “Num futuro bem próximo irei ter o meu espaço”, contou a cozinheira, sem revelar uma data.

Ajeum-da-Preta-serve-cardapio-afro-
Cacau entre sua equipe na feira: Bruno do Fono e Eloísa

A PROVA

Na barraca do Ajeum da Preta, a Cacau me ofereceu gentilmente para provar o acarajé dela. Valeu a pena!
Quando perguntei se tinha coentro na salada, ela disse que sim, “mas só um pouquinho”. Topei. Sei lá o que aconteceu, mas não senti o gosto da “erva que mais amo no mundo” (ironia).

“Pode por muita pimenta”, solicitei. “Ah… Desculpe: eu esqueci a pimenta!”, respondeu ela. Tudo bem. Quem nunca, né?

O acarajé estava bem montado, sem muquiranice e, de um modo geral, bem saboroso. Enquanto comia, fazia aquela lambança na região da boca. Faz parte — igual quando se come falafel, o primo do acarajé, de origem egípcia. Que gostooooooso! Recomendo.

Dos pratos que a Cacau faz, numa outra oportunidade, espero provar o feijão de Ogum. Esse cozido de feijão preto, azeite de dendê e gengibre deve ser bastante saboroso.

No Instagram do Ajeum da Preta, você fica sabendo onde a barraca estará presente ou envia um direct para mais informações.

(*) Crédito das fotos: Claudio Schapochnik/Que Gostoso!