quarta-feira, 13/novembro
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Alexandre Sampaio: O conflito das instituições prejudica o turismo

Alexandre Sampaio é presidente da FBHA

 

Com a aprovação dos projetos para a modernização da Lei Geral do Turismo e da liberação dos até 100% de capital internacional nas companhias aéreas brasileiras, demos um grande passo para o desenvolvimento do setor turístico no Brasil. Os deputados, em sua maioria, perceberam a relevância histórica do apoio às matérias, que trarão, com certeza mais concorrência ao segmento aéreo nacional. As demais medidas também ajudarão a destravar muitos dos problemas dos entes privados que já atuam no segmento.

Não devemos esquecer ainda a Medida Provisória que liberou a reciprocidade da exigência de vistos para visitantes americanos, canadenses, japoneses e australianos ao nosso país. A medida – corajosa e lógica da administração federal – percebe as vantagens imediatas para aumentar exponencialmente a entrada de turistas dessas nações, independentemente da pouca divulgação de nosso país como destino turístico no exterior.


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Aliás, a combinação de novas companhias de aviação para operar em nosso país/continente, somada ao acréscimo de mais nacionalidades que possam obter esse status liberatório unilateral, trará um resultado fantástico, permitindo que, antes de 2022, dobremos o número de turistas estrangeiros por aqui.

Entretanto desentendimentos pontuais entre Executivo e Legislativo Federal ameaçam parte desse importante avanço em risco. Recentes declarações de presidente Jair Bolsonaro e do deputado Rodrigo Maia sobre a reforma da Previdência podem descambar para retaliações, dentre as quais, a derrubada da MP dos vistos, o que seria uma catástrofe para a economia brasileira. Cabe ao empresariado movimentar-se para convencer nossos parlamentares de que tal postura é maléfica aos nossos negócios e representa um retrocesso na esperança com que elegemos nossos representantes.

Por fim cabe ressaltar que a aprovação do parecer do deputado Paulo Azi na atualização da LGT, foi fruto de ampla e antiga conjunção de forças das entidades representativas da maioria do trade, que durante anos se reuniram e aprimoram um conjunto de sugestões, que foram levadas ao ministro Marx Beltrão e depois a Lummertz, na gestão passada do Ministério do Turismo.

Destaque-se ainda o papel da CNC na estruturação e suporte logístico (jurídico e operacional) dessas propostas que acabaram sendo recepcionadas pelo relator. Nossa primeira vitória na Câmara não seria possível sem o apoio decisivo da frente Parlamentar Mista do Turismo (comandada pelo deputado Herculano Passos) e da Casa Civil, obtido pelo atual titular da pasta do turismo, ministro Marcelo Álvaro Antonio, a quem devemos render homenagem pelo empenho. Ressalto que devemos manter a união e vigilância para o acompanhamento no Senado.

Não devem existir protagonismos nem vaidades pessoais, e sim uma ação conjunta entre o setor e os poderes Legislativo e Executivo. Essa etapa foi obtida com vários empreendedores que hoje não estão mais à frente de representações, mas nem por isso devem ser esquecidos e colaboraram em muito para chegarmos ao atual momento. Vamos em frente, porque ainda há muito trabalho pela frente e o Brasil precisa do turismo para voltar a crescer.

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Empresário com mais de 30 anos de atuação no mercado hoteleiro do Rio de Janeiro, Alexandre Sampaio é presidente da FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação), diretor da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) e presidente do Conselho de Turismo da mesma CNC. Também é responsável pelo cb54 (Comitê Brasileiro de Normalização em Turismo da ABNT) e membro do conselho gestor do SindRio (Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro). 

(*) Crédito da foto: divulgação/FBHA/C.Bocayuva