quinta-feira, 14/novembro
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Alô hoteleiro, bons ventos também requerem cuidado

O setor de turismo está otimista com 2023 e, melhor ainda, deve abrir o ano com altas expressivas em seus indicadores. Reportagem do O Globo aponta que empresas da indústria de viagens (incluindo hotéis) devem obter crescimento de 40% na receita frente a igual período de 2022. O resultado positivo não significa que o jogo está ganho. Esse resultado, que também serve de alerta para você hoteleiro, certamente não define como será o ano do setor.

Isso porque a base de comparação anual é baixa para esse período, o que deixa um resultado um pouco ilusório, com altas expressivas. Não custa lembrar que, em 2022, a variante Ômicron gerou impacto na indústria de viagens, cancelando o Carnaval, bem como desacelerando a retomada que ganhava força até então. Mais ainda, atrasou a volta dos segmentos corporativo e de eventos.

Para compreender o panorama em sua totalidade, é preciso analisar algumas perspectivas do mercado para 2023. De acordo com o FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), o cenário político e econômico brasileiro e internacional é um dos maiores desafios à frente. Orlando Souza, presidente executivo da entidade, afirma que, na primeira esfera, ainda pairam incertezas sobre a manutenção do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos).


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Já no contexto econômico, inevitavelmente também existem desafios. O cenário global de inflação e alta de juros deve resultar em baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil e do mundo, o que deve contribuir, por exemplo, para crescimento pouco expressivo, de apenas um dígito, na ocupação dos hotéis, e ao mesmo tempo reforçar o foco em expansão das tarifas.

O que fazer?

A primeira coisa que o hoteleiro deve ter em mente é que não é o momento de “se acomodar”, mesmo que a demanda não corresponda. Isso significa dizer que os esforços para continuar elevando a diária média e, consequentemente, aumentar a receita, devem ser mantidos. Isso porque é muito provável que, com o PIB crescendo pouco, a ocupação não deve apresentar alta de dois dígitos frente a 2022.

Além disso, a busca pela eficiência também deverá ser mantida, visto que a pandemia acelerou a transformação digital nos empreendimentos. A estratégia de distribuição também precisa ser analisada minuciosamente para manter boas margens de lucro. Por fim, é necessário seguir prezando pela qualidade, pois é o que permite ao hoteleiro vender mais e com tarifas mais elevadas.

O número de feriados prolongados ao longo de 2023 surge como uma oportunidade de os hoteleiros colocarem em prática essas estratégias. Segundo levantamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), essas datas irão estimular o fluxo turístico e aumentar, dessa forma, a receita do setor em 2,9%.

(*) Crédito da capa: Pixabay