Brito: patrimônio cultural é um ativo de cada país
Após uma palestra sobre o segmento náutico, o Seminário Investe Turismo – Segurança Jurídica Gera Empregos teve sequência com um painel sobre turismo em cidades históricas. Realizado pelo MTur (Ministério do Turismo), com apoio da FBHA (Federação Brasileira Hospedagem e Alimentação), o encontro foi aberto hoje pela manhã (6), em São Paulo, com participação de Vinicius Lummertz, ministro do Turismo.
O objetivo do painel era gerar maior reflexão sobre o aproveitamento do patrimônio histórico nacional para desenvolvimento econômico, geração de emprego e renda. Participaram do debate Marcelo Brito, diretor do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional); Neusvaldo Lima, diretor de Planejamento e Gestão Estratégica do MTur; Alexandre Augusto Biz, pesquisador da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina); e Marcos Saes, sócio do Saes Advogados e especialista em meio ambiente e patrimônio cultural.
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Brito abriu sua fala comentando que, mesmo em termos globais, ainda é necessário construir novos modelo de cooperação entre cultura e turismo. “Para a Unesco e a OMT (Organização Mundial do Turismo) é o momento de estabelecer estratégias de articulação e convergência para tratar desse tema. É preciso dotar os sítios patrimoniais de maior competitividade turística, sem nunca esquecer a sustentabilidade das ações”, comentou.
Marcelo Brito: PPPs como opção
Como case de sucesso Brito citou a Alhambra, em Granada, na Espanha. O castelo é hoje principal equipamento turístico de visitação na Andaluzia. “Planejamento conjunto mudou completamente o fluxo de visitação ao monumento. O desafio que nós temos no Brasil e dar um salto similar, mas a questão é: estamos preparados?”, questionou o diretor do Iphan, que acrescentou. “O brasileiro precisa entender que o patrimônio cultural é um ativo do país. É preciso trabalhá-lo de forma estratégica para gerar sustentabilidade”, completou.
Na avaliação de Brito, modelos de gestão público-privados podem ser uma solução para acelerar esse processo. Neusvaldo Lima, do MTur, concordou com o diretor do Iphan. “Estado tem que ser eficiente, nem mínimo, nem máximo. Quando falamos em prover recursos para desenvolvimento do patrimônio cultural, como podemos fazer isso? Temos discutido bastante questão das PPPs (Parcerias Público-Privadas). A ideia é transformar nossos parceiros, que antes eram prestadores de serviços, em atores na execução de políticas públicas”, comentou.
Alexandre Augusto Biz, da UFSC, também acredita que a iniciativa privada pode ajudar bastante. Para ele, concessões e PPPs permitem valorizar melhor o destino, impactando toda região. “Precisamos eliminar a visão de que o Estado é pai de tudo. A Espanha tem um Estado forte em algumas áreas, mas tem também modelos de cooperação com a iniciativa privada que funcionam bem”, relatou.
Lima destacou o interesse do MTur em firmar alianças com a iniciativa privada para impulsionar o turismo. “Que a iniciativa privada venha se associar a nós, pois temos oportunidades para oferecer. O Programa Prodetur+Turismo, que oferece uma linha de crédito de R$ 5 bilhões, inclusive para ações ligadas a patrimônio cultural, é um exemplo”, finalizou.
Mais palestras
Após a conclusão do painel, outras duas palestras ainda seriam realizadas no Seminário Investe Turismo – Segurança Jurídica Gera Empregos. O primeiro debate abordaria o segmento de parques temáticos, com participação de Alain Baldacci, presidente do Sindepat (Sistema Integrado de Parques Temáticos e Atrações Turísticas); Valdir Simão, ex-ministro da CGU e do Planejamento; e Murilo Pascoal, diretor-presidente do Beach Park.
Na sequência, para encerrar o encontro, Teté Werneck, presidente da Embratur, e Ramiro Alem, co-fundador da inverTUR, da Argentina, apresentaram o case "O caso argentino: sócio-estratégico para integrar e potencializar os investimentos privados no Brasil".
(*) Crédito da foto: Vinicius Medeiros/Hotelier News
