Com a demanda reprimida perdendo força e o cenário volta à normalidade, a performance da hotelaria volta a ser influenciada pelo desempenho da economia. Apesar do turismo encerrar 2022 próximo dos patamares pré-pandêmicos, as expectativas do mercado como um todo têm piorado, o que requer atenção do hoteleiro. Divulgado ontem (13), o último boletim Focus do BC (Banco Central) prevê alta de juros e da inflação, além de maior pessimismo para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano.
A projeção do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira neste ano caiu de 0,79% para 0,76%. Já a previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), cujo teto da meta definida pela CMN (Conselho Monetário Nacional) é 4,75%, variou para cima, de 5,78% para 5,79%.
Por conta disso, o mercado financeiro aumentou a projeção da Selic de 12,50% para 12,75%. Atualmente, a taxa básica de juros se encontra em 13,75% e o BC não descarta novos reajustes caso a inflação não atinja as metas nos próximos anos, apesar da “guerra aberta” iniciada entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Roberto Campos Neto, presidente da instituição financeira, sobre o atual patamar da Selic
Próximos anos
No que diz respeito ao PIB, a expectativa de crescimento para o próximo ano é de 1,5%. Para 2025 e 2026, por sua vez, o mercado financeiro projeta expansão de 1,85% e 2%, respectivamente. No que tange à inflação, a previsão do relatório é de 4% em 2024, novamente acima da meta estipulada pelo BC. Para 2025 e 2026, a estimativa fica em 3,6% e 3,5%, respectivamente.
Como a Selic é o principal instrumento para controle da inflação, o BC prevê que os juros seguem em patamares elevados nos próximos anos. O mercado financeiro estima que, ao fim de 2024, a taxa básica de juros caia para 10% ao ano e encerre 2025 em 9% ao ano.
(*) Crédito da foto: Pedro Ladeira/Folhapress