A crise sanitária ainda vigente impacta os resultados imediatos e de curto prazo da hotelaria nacional, mas o setor, como se sabe, é um investimento de longo prazo. Por isso, o cenário apontado pelo estudo Panorama da Hotelaria Brasileira serve de alento e, de certa forma, reafirma a confiança de investidores na recuperação do mercado. Produzido pela HotelInvest, em parceria com o FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), o levantamento mostra que o país teve 48 hotéis anunciados nos últimos 12 meses no país.
“O fato de ter quase 50 projetos assinados durante a pandemia sinaliza que os investidores acreditam no potencial do setor”, avalia Pedro Cypriano, sócio-diretor da HotelInvest. “Evidentemente, quando se compara a hotelaria com outros ativos imobiliários, é natural quer o setor hoteleiro seja o último a se recuperar”, completa o executivo, que foi o coordenador do estudo.
O Panorama da Hotelaria Brasileira aponta que existem atualmente 147 hotéis urbanos em desenvolvimento em 97 cidades brasileiras, totalizando 21,9 mil apartamentos. O montante representa queda de 13% frente ao estudo no ano passado em número de hotéis, bem como de 12,1% no de quartos. Apesar do recuo, Cypriano vê aí mais um sinal de confiança dos investidores no setor.
“Na contramão do desempenho dos hotéis, que caiu mais de 50% em 2020, o volume de investimentos em novos negócios continua semelhante ao patamar pré-pandemia”, justifica. “Além disso, deve-se levar em consideração também os 48 novos contratos assinados que, em um momento tão atípico, reforçam a confiança dos investidores na hotelaria”, completa.
Entre hotéis anunciados, econômicos são maioria
Do total de R$ 6,1 bilhões em novos projetos, parte significativa (63%) se concentra – como não poderia ser diferente – nos segmentos econômico e midscale. Ainda assim, chama atenção no levantamento o R$ 1,65 bilhão projetados no desenvolvimento de empreendimentos de luxo, o que representa 27% dos investimentos totais no setor. “Renomadas marcas nacionais e internacionais aumentarão a nossa atratividade e visibilidade como destino turístico. Pode-se destacar ainda os projetos confirmados de branded residences“, acrescenta Cypriano.
O Panorama da Hotelaria Brasileira mostra também que, gradualmente, os condo-hotéis vão perdendo espaço como meio para financiamento de projetos hoteleiros, muito embora ainda sigam como predominantes no mercado. “Prova disso é que, entre os contratos assinados nos últimos 12 meses, menos de um terço são de condo-hotéis”, observa Cypriano, que coloca outra questão relevante: qual seria seu substituto?
Bem, isso será tema de reportagem futura, mas outra tendência clara no mercado apontada no estudo é a participação cada vez maior das franquias entre os modelos de contrato assinados entre operadoras e investidores. Como pode ser visto ao lado, o franchising já representa 24% da soma de apartamentos previstos. Já entre as assinaturas ocorridas nos últimos 12 meses, o percentual é bem maior (57%).
“É uma clara tendência de crescimento desse modelo de gestão hoteleira pelo país, ancorado no avanço das redes hoteleiras por cidades de pequeno e médio portes”, finaliza Cypriano. Para baixar o estudo completo, clique em https://bit.ly/3djbawU.
(*) Crédito da capa: Ben_Kerckx/Pixabay
(**) Crédito dos infográficos: Panorama da Hotelaria Brasileira