sábado, 21/setembro
InícioMercadoCNC lança 4 categorias na pesquisa de endividamento

CNC lança 4 categorias na pesquisa de endividamento

Após o endividamento recorde das famílias em 2022, a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) traz novos recortes para a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor). A partir deste mês, o levantamento da entidade trará informações mais detalhadas em relação às faixas de renda.

Agora, os dados possuem quatro categorias: famílias que ganham menos de três salários mínimos, de três a cinco salários, de cinco a dez, e acima de dez salários mínimos. O objetivo dos novos recortes da pesquisa, apurada mensalmente pela CNC, é ampliar os conhecimentos sobre a percepção dos consumidores quanto ao uso do crédito e à capacidade de pagamento.

“Esse é um avanço significativo na compreensão do cenário econômico proporcionado pela pesquisa, para que os empresários do setor terciário possam planejar seus empreendimentos com eficiência”, diz José Roberto Tadros, presidente da CNC.


LEIA TAMBÉM


Endividamento avança em diferentes faixas de renda

Os números de janeiro mostram que 79,2% das famílias com renda até três salários mínimos estavam endividadas, número maior do que o índice geral, que ficou em 78% (mesmo valor de dezembro). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o número de famílias endividadas aumentou nos dois extremos sociais, tanto entre aquelas que têm menores rendimentos quanto as que ganham mais de dez salários mínimos: 2,7 e 3,2 pontos percentuais, respectivamente.

Segundo a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, o nível geral de endividamento vem perdendo fôlego desde novembro. Em relação a janeiro de 2022, embora a proporção de famílias com dívidas tenha avançado 1,9 ponto percentual, a taxa anual está em desaceleração contínua desde meados de 2022. “O cenário econômico como um todo, incluindo o desempenho positivo do mercado de trabalho, as políticas de transferência de renda e a inflação mais moderada são fatores que explicam o freio no endividamento, nos últimos meses”, explica ela. “Na prática, essas três condições ampliaram a renda disponível”, avalia.

Famílias inadimplentes

Em janeiro, 38,7% das famílias, ou quatro em cada dez, que têm renda mensal de até três salários mínimos atrasaram dívidas (5,7 pontos percentuais a mais do que em janeiro de 2022). Essa faixa de renda é a que puxa o indicador geral de inadimplência, que ficou em 29,9% em janeiro – uma queda de 0,1 p.p. em relação a dezembro.

“Apesar de ainda alto, o indicador de dívidas atrasadas caiu pela primeira vez após seis altas seguidas, o que mostra um esforço do consumidor para pagar em dia, no contexto de juros elevados”, explica Izis. O percentual de inadimplência das demais faixas ficou abaixo da média nacional: 27,2% entre os que ganham de três a cinco salários, contra 20,4% dos que recebem de cinco a dez salários e 13,5% dos que têm vencimentos acima dos dez salários mínimos.

Dívidas atrasadas

Do total das famílias brasileiras, 11,6% chegaram a janeiro sem condição de pagar dívidas atrasadas de meses anteriores. O indicador aumentou em janeiro em todos os grupos de renda, de forma mais expressiva entre os consumidores com até três salários mínimos (17,4% do total de inadimplentes). A parcela de consumidores que atrasaram dívidas por mais de 90 dias chegou a 44,5% dos inadimplentes, a maior proporção desde abril de 2020.

(*) Crédito da foto; Firmbee/Pixabay