A previsão de crescimento econômico para a América Latina e o Caribe indica uma desaceleração para 1,9% em 2024, em comparação com os 2,1% registrados em 2023, segundo relatório do Banco Mundial. Embora o investimento público e privado continue insuficiente, a reportagem da CNN aponta que o nearshoring ainda não gerou os resultados esperados na região.
Entre os principais entraves ao avanço estão o elevado custo de capital, infraestrutura deficiente e instabilidade social. Brasil e México, as duas maiores economias, devem crescer 2,8% e 1,7%, respectivamente, abaixo dos números de 2023.
O relatório do Banco Mundial destaca que, apesar das expectativas em torno do nearshoring na América Latina, o investimento estrangeiro direto na região permanece abaixo dos níveis de 13 anos atrás. A instituição aponta para os baixos índices de educação, problemas de infraestrutura e uma carga tributária elevada sobre o investimento produtivo como os principais fatores limitantes ao crescimento sustentável da região.
Além disso, o relatório alerta para a elevada desigualdade econômica, com 80% da riqueza regional concentrada em bens imobiliários, o que reflete uma preferência cultural pela habitação como proteção contra a inflação recorrente. O Banco Mundial sugere que tributar de forma mais eficiente a riqueza pode ser uma solução para aumentar a arrecadação governamental, mas ressalta os desafios na tributação de ativos financeiros, que são fáceis de ocultar.
Expectativas para 2025
A projeção para 2025 é de uma aceleração moderada do crescimento, com uma taxa prevista de 2,6%, ligeiramente abaixo da estimativa anterior de 2,7%. Vale lembrar que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 1,4% no segundo trimestre frente aos três meses passados, acima do esperado pelo mercado, com destaque para o setor de serviços.
Países como Argentina e Haiti continuam em crise, com contrações econômicas previstas para este ano, antes de uma recuperação esperada em 2025. O Banco Mundial enfatiza que, apesar de uma recuperação prevista, a região ainda enfrenta desafios estruturais significativos, que limitam seu potencial de crescimento.
(*) Crédito da foto: Divulgação/Marriott International