sábado, 21/setembro
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Desemprego volta a subir no trimestre encerrado em fevereiro

A taxa de desemprego voltou a subir no trimestre encerrado em fevereiro. Segundo a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada hoje (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de desempregados no Brasil subiu para 8,6%. Em relação ao trimestre anterior — entre setembro e novembro — o aumento foi de 0,5 ponto percentual (8,1%).

Ainda que o resultado não seja animador, este foi o melhor resultado para o trimestre de dezembro, janeiro e fevereiro desde 2015 (7,5%). No mesmo trimestre de 2022, a taxa  de desemprego era de 11,2%.

Em números absolutos, o índice de desocupados teve alta de 5,5%, chegando a 9,2 milhões de pessoas. São 483 mil brasileiros a mais entre o contingente de desocupados, comparado ao trimestre anterior. Em relação a 2022, o recuo é de 23,2%, ou 2,8 milhões de trabalhadores.


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Já o total de pessoas ocupadas teve um recuo de 1,6% contra o trimestre anterior, passando para 98,1 milhões de brasileiros. Deixaram o grupo cerca de 1,6 milhão. Na comparação anual, houve crescimento de 3%.

No trimestre encerrado em fevereiro, a força de trabalho brasileira — ou seja, pessoas ocupadas e desocupadas — chegou a 107,3 milhões de pessoas, uma redução de 1% ou 1,08 milhão de pessoas frente ao trimestre anterior. Já a população fora da força teve crescimento de 2,3% e chegou a 66,8 milhões.

“Esse aumento da desocupação ocorreu após seis trimestres de quedas significativas seguidas, que foram muito influenciadas pela recuperação do trabalho no pós-pandemia. Voltar a ter crescimento da desocupação nesse período pode sinalizar o retorno à sazonalidade característica do mercado de trabalho”, diz Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Trabalhadores temporários

A analista salienta que os primeiros meses do ano são marcados pelas dispensas de trabalhadores temporários, que costumam ser contratados no fim do ano para atender às demandas da alta temporada.

São justamente os trabalhadores informais que registram aumento de desocupação na pesquisa encerrada em fevereiro.

O empregado sem carteira assinada no setor público (-14,6% ou menos 457 mil), o sem carteira assinada no setor privado (-2,6% ou menos 349 mil pessoas) e o trabalhador por conta própria com CNPJ (-4,8% ou menos 330 mil) sofreram as maiores baixas. A taxa de informalidade da população ocupada, contudo, permaneceu estável (38,9%).

Não houve crescimento de ocupação em nenhum dos setores analisados pela pesquisa. Quatro deles tiveram quedas e os demais se mantiveram estáveis.

(*) Crédito da foto: Amanda Perobelli/Reuters