No primeiro trimestre de 2021, o Expedia Group fez de uma característica sempre vista como fraqueza se tornar vantagem, especialmente se comparado ao concorrente Booking Holdings. No período, a gigante online fez da recuperação do setor de viagens nos EUA, onde se concentra boa parte de suas vendas, um grande impulsionador, obtendo performance superior ao da “rival”, que tem maior presença na Europa. E, mesmo sem revelar os números da Vrbo, sua subsidiária de short-term rental, Peter Kern confirmou que o grupo se beneficiou bastante da alta na demanda pelo serviço em território norte-americano. As informações são da Phocuswire.
O CEO do Expedia Group revelou ainda que continuará com esforços significativos em torno da Vrbo para atrair mais anfitriões, visto que o aluguem por temporada segue como ponto positivo em meio à pandemia. Mais ainda, em call com investidores, Kern confirmou que continuará focando em brand marketing para diferenciar suas ofertas e capitalizar quando a demanda retomar com força. “Viajar continua sendo um estudo de contrastes”, comentou. “De nossa parte, continuamos investindo no fortalecimento de nossa plataforma de tecnologia e em marketing para ficarmos sempre à frente da curva de demanda. O mercado mostrou claramente que, quando as pessoas se sentirem seguras para viajar, vai voltar com força total”, completou.
Em números, as despesas com marketing no primeiro trimestre somaram US$ 660 milhões, acima dos US$ 500 milhões nos últimos três meses de 2020. Segundo Kern, o orçamento da área vai continuar subindo. “Mencionei nos trimestres anteriores que adotamos uma abordagem relativamente conservadora para o orçamento de marketing, mas, no decorrer do primeiro trimestre, mudamos essa tendência para estarmos bem posicionados quando a primeira onda mais forte de demanda, que achamos que está chegando, efetivamente aparecer.”
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Kern comentou que os investimentos na boca do funil de vendas para criar uma interação direta com o cliente levam tempo para dar retorno em comparação com o marketing de performance. “Temos que investir no longo prazo para solidificar nossa marca na cabeça do consumidor, mas achamos que, em última análise, há retornos também para o marketing de performance, à medida que as marcas se tornam mais amadas e bem conceituadas”, avalia.
Expedia: números financeiros
A receita total do grupo diminuiu 44% no primeiro trimestre de 2021 frente igual período de 2020, totalizando US$ 1,2 bilhão. Detalhe relevante: as vendas do segmento B2B cederam 62% na mesma base de comparação, mostrando que a demanda no corporativo segue sem ganhar tração. Com queda de 35%, a performance “menos pior” do segmento de retail reflete a maior procura pelas viagens de lazer. Enquanto isso, o Ebtida Ajustado fechou negativo em US$ 58 milhões.
A receita total com as reservas atingiu US$ 15,4 bilhões, recuo de 14% em relação ao primeiro trimestre de 2020. Embora o número total de pedidos para hospedagem, transporte aéreo e outros produtos de viagem venham melhorando desde o quarto trimestre, o primeiro segmento foi o único a fechar o período com crescimento na comparação anual.
Outro dado chama atenção e mostra a força do short-term rental para os resultados da empresa no primeiro trimestre. Segundo o balanço, a receita de hospedagem caiu 41% frente a igual período de 2020, com o recuo de 47% no número de diárias vendidas sendo parcialmente compensado pela alta de 10% na receita por pernoite. E é aqui que entra o aluguel por temporada: de acordo com o Expedia, o último indicador foi beneficiada pelo aumento da participação dos alojamentos alternativos nas vendas, que teve diária média superior.
(*) Crédito da capa: reprodução de internet
(**) Crédito da foto: Divulgação/Expedia
