A gradual recuperação do turismo internacional vem de encontro ao aumento nos preços, não só das passagens aéreas, mas de outros setores que se beneficiam com a chegada de turistas. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, segundo relatório divulgado pelo BC (Banco Central), o gasto de visitantes estrangeiros no Brasil foi de US$4 bilhões, alta de 37% frente ao mesmo período de 2021 (US$2,2 bilhões).
Só no mês de outubro, os estrangeiros deixaram US$ 413 milhões no país, aumento de 55,2% na comparação anual (US$ 266 milhões). Ainda que seja frágil a comparação com um ano bastante impactado pela pandemia, o resultado representa 80% do valor registrado no mesmo mês de 2019. Além disso, o percentual também se aproxima dos melhores meses para gasto de turistas internacionais no país – janeiro e março -, que totalizaram US$ 421 milhões e US$ 453 milhões, respectivamente.
Perspectiva e potencial
Com base nos dados recentemente levantados pela Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), o Brasil espera por mais de 800 mil turistas internacionais nos próximos meses. Considerando a chegada do verão, a expectativa é de que os gastos dos visitantes estrangeiros aumentem. Isso se dá especialmente por países do hemisfério norte, que estarão passando pelo inverno – como os Estados Unidos, que representam cerca de 20% do número de chegadas na previsão da entidade.
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No entanto, é importante reforçar que o Brasil, por suas belezas naturais, diversidade cultural e calendário de festas, poderia atrair muito mais turistas internacionais do que faz atualmente. Enquanto que os anos de pandemia somados acumularam apenas 2,9 milhões de visitantes estrangeiros, em condições normais o país costuma receber em torno de 6 milhões de turistas por ano. Além de não se aproximar de outros destinos internacionais, os motivos para tal desperdício do potencial turístico brasileiro são vários, segundo especialistas.
(*) Crédito da foto: Vidar Nordli-Mathisen/Unsplash
