Ao contrário de safras anteriores de profissionais, a Geração Z não demonstra tanto interesse em atingir o alto escalão corporativo em suas carreiras. As pessoas nascidas entre 1995 e 2010 já são uma parcela relevante no mercado de trabalho, e buscam maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. E essa prioridade passa por alinhamentos de valores para melhorar a saúde mental e aprimorar o engajamento de suas atuações dentro das empresas.
Divulgado pela Bloomberg, um estudo desenvolvido pelo plano de saúde Alice, em parceria com a Beneficência Portuguesa, Grupo Fleury e Flash, entrevistou mais de 1 mil pessoas, incluindo jovens da Geração Z e millennials.
A pesquisa Pulso RH revela que 71,4% dos entrevistados da Geração Z que trabalham em ambientes alinhados com seus valores pessoais consideram sua saúde boa ou excelente. Por outro lado, o percentual cai para 43,8% quando os profissionais apontam desequilíbrio entre vida pessoal e trabalho.
“As empresas precisam começar na atração de talentos sendo muito transparentes sobre a cultura, alinhando as expectativas e a missão da empresa em relação a esses profissionais. E, ao longo do processo, dar espaço para que o candidato conheça mais sobre a empresa”, disse Sarita Vollnhofer, CHRO da Alice, em entrevista à Bloomberg.
De acordo com a executiva, há uma transição geracional acontecendo, o que exige maior adaptação por parte das empresas. “A Geração Z chegou ao mercado de trabalho com uma mentalidade diferente das anteriores, e entender o que é importante para esse grupo é crucial para as empresas que querem construir equipes de alta performance e engajadas”, complementou.
O peso do trabalho para a Geração Z
A terceira edição do levantamento aponta que, para 40,9% da Geração Z, o trabalho representa “um pouco do que são”, uma visão mais pragmática e menos centralizada na carreira. Já 43,2% dos millennials afirmam que o trabalho representa “muito do que são”.
“Os mais jovens enxergam o trabalho como fonte de receita, como uma atividade que vai gerar um salário para que eles consigam cobrir seus gastos”, acrescentou Sarita.
Para a executiva, a pesquisa tem uma mensagem clara: empresas precisam desenvolver estratégias para lidar com questões de saúde mental e oferecer ambientes que promovam o bem-estar e o crescimento profissional da Geração Z.
Saúde mental
Problemas relacionados ao trabalho foram citados por 19,9% dos respondentes da Geração Z como limitadores de suas carreiras. Já o desequilíbrio entre a vida pessoal e profissional é apontado como um obstáculo para 15,5% dos profissionais mais jovens.
Cerca de 48,8% dos respondentes da Geração Z afirmam que flexibilidade em momentos de necessidade pessoal é a prática de gestão mais valorizada.
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