Visando um salto em sua gestão, o Grupo Mabu implementou o CSC (Centro de Serviços Compartilhados) denominado SCM (Serviços Compartilhados Mabu). A iniciativa surgiu com o propósito de integrar sete áreas de back-office — Governança, Tesouraria, Cobrança e Condomínio, DHO, Contabilidade, Fiscal e Suprimentos — em uma plataforma unificada.
Normalmente, a maturação de um CSC dentro de uma organização leva cerca de três anos. O Grupo Mabu, contudo, completou o processo em 18 meses. Luciano Motta, CEO dos Hotéis Mabu e Blue Park, atribui o sucesso à escolha do líder para comandar o SCM. “Foi necessária uma mudança cultural para aprimorar nossos processos e avançar ainda mais”, ressalta.
Para Rui Rocha, presidente do Conselho de Administração da empresa, a implementação do SCM foi um marco importante para fortalecer a estrutura de governança. “Esse modelo facilitou a transparência e a uniformidade das operações, além de promover sinergia entre as equipes, resultando em uma gestão mais coesa e eficaz”, reforça.
“Os serviços compartilhados permitem que as empresas do Grupo Mabu compartilhem seus recursos, abrangendo áreas como T.I., RH, Finanças e Logística, entre outras. Isso proporciona maior eficiência operacional e redução de custos”, complementa Rocha.
Além disso, o executivo pontua que controle e transparência, elementos cruciais na governança, se tornam ainda mais robustos. “Ao centralizar funções administrativas e financeiras, conseguimos implementar controles internos mais eficazes”, endossa, acrescentando que, entre as vantagens do modelo, estão o alinhamento estratégico e a uniformização de processos e políticas.
Atuação
Por decisão do Conselho de Administração do Grupo Mabu, o SCM ficou sob a tutela de Jorge Della Via, diretor de Tecnologia da empresa. A escolha teve como objetivo assegurar que a integração dos sistemas fosse eficiente e que os processos fossem continuamente otimizados com base em soluções tecnológicas avançadas.
A transformação também incluiu a criação de uma área de tecnologia, o desenvolvimento de sistemas e a implementação de BI (Business Intelligence). Essas melhorias permitiram ao Grupo Mabu aperfeiçoar a gestão de processos e pessoas, resultando em ganhos significativos.
Segundo Claudio Campos, diretor de Projetos e Consultoria do IEG (Instituto de Engenharia e Gestão), o modelo de CSC busca alto nível de eficiência e qualidade, agregando valor a empresas de qualquer setor. Contudo, ele ressalta que ainda é pouco comum no Brasil, especialmente na hotelaria.
“Hoje, apenas duas redes hoteleiras brasileiras adotaram o modelo, sendo o Grupo Mabu pioneiro em seu segmento”, afirma. “Em comparação, o cenário nas multinacionais é mais promissor, com cerca de 80% das grandes corporações operando com esse sistema. No entanto, no Brasil, apenas entre 600 e 800 empresas utilizam o CSC ou estão em fase de implantação, um número baixo frente ao tamanho do mercado”, observa.
O executivo destaca que a adoção do CSC pelo Grupo Mabu demonstra o objetivo e a visão de aplicar práticas administrativas modernas e eficazes. “O Mabu, com 50 anos de história, evidencia uma gestão contemporânea ao adotar esses modelos consolidados”, comenta.
Otimização e economia
O investimento em treinamento foi ampliado: desde o início da implementação, 432 horas foram dedicadas ao aprimoramento da equipe, com mais de 40 promoções internas, sem impacto no orçamento de pessoal. Com a consolidação do SCM, o Grupo Mabu agora conta com 85 colaboradores diretamente envolvidos nas operações e já registra mais de 890 horas poupadas com a otimização dos processos. Uma das principais metas para 2024 é reduzir em 51,25% as horas extras em comparação ao período anterior à implementação do SCM.
“A abordagem ao SCM envolveu uma integração tecnológica profunda para assegurar a sinergia entre todas as áreas. Foi um desafio complexo, dada a diversidade de nossas operações, mas os resultados superaram as expectativas, revelando-se uma solução robusta para nosso crescimento”, afirma Della Via.
Outro impacto significativo foi a economia no consumo de papel e nas impressões. Antes do SCM, o grupo utilizava 572,1 mil folhas A4 por ano, gerando um custo de R$ 22 mil, além de R$ 35 mil em impressões. Com a nova gestão, esse número caiu para 208,5 mil folhas, proporcionando uma economia de R$ 36 mil, o que representa uma redução de 37,14%.
Della Via também enfatiza que, entre os principais benefícios do SCM, estão a implementação de RPA (Automação de Processos Robóticos) e API (Interface de Programação de Aplicações), que aceleraram a melhoria contínua entre a plataforma e os processos manuais. “Essa integração tecnológica trouxe maior eficiência, com operações mais ágeis e menos sujeitas a erros, além de um avanço significativo na automação de tarefas repetitivas”, explica.
O diretor acrescenta que o SCM se consolida como um exemplo de inovação e eficiência, garantindo o bom posicionamento da rede hoteleira no Brasil. Para o futuro, a empresa planeja implementar ainda mais melhorias, sempre com o objetivo de otimizar recursos e manter a excelência operacional.
(*) Crédito da foto: Divulgação/Grupo Mabu