Levantamento contou com dados do Ministério do Trabalho
Das áreas ligadas ao turismo, hospedagem e alimentação foram os segmentos que mais empregos geraram durante o ano de 2017. É o que mostra o estudo inédito Empregabilidade no Turismo, produzido pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O relatório tomou por base dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho.
O número de pessoas ocupadas formalmente no turismo ano passado atingiu 2.921.314. E aí aparece a predominância dos trabalhos ligados à alimentação e hospedagem. Os trabalhadores que desenvolvem seu ofício nessas áreas são 1.907.086, o que significa 65,3% do total.
Segundo o CNC, as atividades inerentes ao turismo vêm sendo afetadas pelas condições da economia, como a queda da procura. Para a confederação, houve diminuição na busca por produtos turísticos e isso foi causado por ajustes orçamentários e mudança de escolhas desses viajantes. O crescimento na violência em alguns destinos é outro fator citado.
Crescimento de empregos por estados
Regionalmente, o estudo aponta crescimento do emprego no Centro-Sul. Aí há destaque para São Paulo (7.481 postos criados), Goiás (1.864 vagas), Paraná (1.301) e Santa Catarina (1.092). No Nordeste, sobressaíram Ceará (773) e Piauí (498).
Na contramão, o Rio de Janeiro lidera o ranking com saldo negativo de vagas, com menos 19.628 postos de trabalho na comparação de 2017 com 2016. Para a confederação, a violência e a crise financeira no estado constituíram os fatores adicionais que vêm afetando o turismo no Rio.
Área de transporte assolada pelo desemprego
Entre os segmentos pesquisados, transporte de passageiros foi o principal responsável pelo desemprego no setor (-14.008) em 2017. Na sequência aparecem os serviços de cultura e lazer (-1.183). Já os segmentos de agentes de viagens (+1.701) e restaurantes e similares (+1.890) refletiram a recuperação do consumo e do crescimento econômico.
Outra variante observada foi a oscilação, acima da inflação, de preços em itens importantes dos serviços turísticos. Diante de um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) de 2,94% em 2017, houve alta média de 3,6% em itens pesquisados. Esses itens são passagens aéreas e alimentação fora do domicílio.
"Os preços de alguns itens importantes oscilaram em função das condições do mercado", esclarece Antonio Everton Junior, economista do CNc. "Apesar do recuo na elevação dos preços em 2017, as altas observadas no passado tornaram mais difícil o acesso a muitos dos serviços", complementa.
* Foto de capa: Pixabay/StockSnap