sábado, 21/setembro
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Hotéis apostam em novos viajantes corporativos

As viagens corporativas globais estão quase retomando o patamar registrado antes da pandemia, mas com mudanças. Isso porque as estadas mais longas se tornaram comuns, e a saúde dos viajantes corporativos é uma prioridade. Para os hotéis que estão dispostos a se adaptar, existe uma boa oportunidade, aponta o Skift.

Drew Pinto, diretor de Receita e Tecnologia da Marriott, ainda viaja a negócios, mas agora considera mais como os horários dos voos, o jet lag e outras realidades de viagem o afetam. Sophie Hulgard, diretora de Vendas da Accor, viaja quase semanalmente há anos, mas recentemente se tornou mais consciente do impacto físico dessas viagens.

Os executivos fazem parte de uma tendência crescente entre os viajantes corporativos. Como veteranos nas viagens de negócios, estão priorizando sua saúde física e emocional para manter a eficácia a longo prazo. Cabe lembrar que esta é uma realidade que está se expandindo para diversos mercados, como o brasileiro, cuja hotelaria está desenvolvendo estratégias para se adaptar à alta da demanda por estadas mais longas.


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Nova realidade

Algumas marcas estão se adaptando para atender aos chamados “atletas executivos”, que exigem mais do que apenas uma cama, realidade que fornece bons insights para a hotelaria absorver essa demanda. As viagens que combinam negócios e lazer continuam em alta, impulsionadas pelo trabalho híbrido, reforçando a tendência do bleisure, mesmo que essa modalidade tenha diminuído em relação aos picos de 2022.

A demanda por estadas prolongadas está crescendo, principalmente devido a viagens para projetos de infraestrutura e tecnologia. Novos painéis de software estão ajudando os profissionais de viagens a monitorar possíveis fatores de estresse. O fato é que as viagens de negócios hoje são bem diferentes de cinco anos atrás.

Embora os gastos com viagens de negócios provavelmente atinjam os níveis de 2019 este ano, mercados fortes como os EUA ainda estão 18% abaixo se ajustados pela inflação. As vendas de passagens de viagens corporativas nos EUA foram 10% menores em relação ao mesmo período de 2019, segundo a Airlines Reporting Corp.

Muitos fatores explicam essa recuperação incompleta: custos crescentes, restrições impostas por algumas corporações para cumprir metas climáticas, e mudanças no comportamento dos viajantes corporativos. No Brasil, os desafios estão em fatores como o alto custo das passagens aéreas, a alta do dólar, que eleva os custos da aviação e, consequentemente, o preço dos bilhetes, entre outros.

Dados da Abracorp (Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas), o segmento teve receita de R$ 6,8 bilhões no primeiro semestre, alta de 5% em relação ao mesmo período de 2023 e 19% frente a 2019. Apesar do resultado positivo, a entidade apontou queda no volume de vendas das empresas áreas no período, visto que o querosene de aviação é cotado em dólar.

(*) Crédito da foto: Pixabay