O Brasil consolidou-se como o quarto maior mercado de voos domésticos em 2024, agora respondendo por 1,2% da movimentação global de passageiros, segundo a Iata (Associação Internacional de Transportes Aéreos). Com o crescimento na demanda por voos internos, o país subiu uma posição no ranking mundial, liderado pelos Estados Unidos e pela China, que detêm 15% e 11% da aviação comercial mundial, respectivamente. A informação é da Folha de São Paulo
Em termos de crescimento na movimentação de passageiros, o Brasil apresentou um ritmo mais acelerado do que a média mundial, com avanço de 6,6% em 2024 frente ao ano anterior, enquanto o crescimento global foi de 5,6% na mesma base de comparação. Até julho, segundo a Iata, foram registrados 44 milhões de pessoas em voos domésticos no país.
Dados do Ministério de Portos e Aeroportos também ref21letem a expansão do setor: setembro registrou o maior volume de passageiros da história para o mês, com quase 10 milhões de viajantes, crescimento de 5,7% frente igual período do ano passado. Em operações nacionais, foram transportados 7,9 milhões de pessoas, o que representa aumento de 4,3% na mesa base de comparação.
O montante representa ainda o recorde para o o período desde o início da série histórica da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), em 2000.
Razões para o crescimento
Especialistas apontam diversos fatores que impulsionam a demanda por voos domésticos no Brasil. Um dos principais é o aumento do interesse por destinos menos tradicionais, como o Norte e o Nordeste, com destaque para o estado do Pará, que registrou aumento de 17% na oferta de assentos neste ano, conforme a consultoria ForwardKeys. Estados como Ceará e Pernambuco também mostram expansão, mantendo um crescimento estável em 2024, com expectativas positivas para 2025.
À Folha de São Paulo, Jeanine Pires, consultora e especialista no mercado de turismo, acredita que o perfil dos passageiros está mudando, o que tem estimulado esse crescimento da aviação doméstica nacional. “As companhias aéreas buscam atrair clientes oferecendo maior flexibilidade em cancelamentos e alterações, respondendo à demanda dos viajantes por serviços que não os penalizem por eventos externos”, explica.
A infraestrutura também desempenha papel importante nesse importante resultado. A Abear, por exemplo, relata uma expansão de 6% na capacidade dos aeroportos em relação ao período pré-pandemia. Ainda assim, a entidade alerta que a capacidade atual pode não acompanhar o ritmo crescente da demanda, o que representa um desafio adicional para as companhias aéreas que desejam expandir suas operações domésticas.
(*) Crédito da capa: Eduardo Knapp/Folhapress
(**) Crédito do infográfico: Folha de São Paulo