O ano virou, mas o enredo, talvez influenciado pela Ômicron, pouco mudou na hotelaria de rede brasileira. Dados do InFOHB divulgados hoje (29) mostram que, em fevereiro, praças mais dependentes do corporativo e de eventos seguem em ritmo de recuperação mais lento. Já mercados com maior equilíbrio entre lazer e negócios permanecem à frente, ficando cada vez mais próximos dos níveis de 2019. Nesta análise, Rio de Janeiro e São Paulo percorrem trajetórias diferentes, com a capital fluminense puxando a fila na retomada até aqui, mas ainda distantes do seu potencial.
Ao lado de Vitória (+35,8% / R$ 141,14), o Rio teve a maior taxa de crescimento de RevPar frente a 2019, com alta de 34% (R$ 195). Entre as demais 13 praças analisadas, outras sete registraram crescimento no indicador, com destaque para Florianópolis (+23,1% / R$ 228,91). Na contramão, São Paulo viu o número de casos subir, eventos serem adiados e cancelados, impactando a ocupação. Resultado? Queda de 35,4% (a R$ 128,38) na mesma base de comparação. Campinas foi outro mercado bastante afetado, com redução de 19,88% (a R$ 88,89).
Em relação ao Rio, fica a questão: será que a cidade mantém o ritmo na baixa temporada, que se inicia agora. Um alento, certamente, é a realização do “segundo” Carnaval do ano, que deve gerar um fluxo turístico e demanda para os hotéis. Já São Paulo, apesar do primeiro bimestre sempre desafiador, deve acelerar a retomada, com grandes eventos gerando boas ocupações e as feiras voltando ao calendário da cidade. Um exemplo é a Anufood, que acontece de 12 a 14 de abril, no Expo São Paulo, com 300 expositores confirmados.
Diária média como alento
Entre os resultados de fevereiro das redes associadas ao FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), talvez a análise mais promissora seja relacionada ao indicador. Diante dos riscos inflacionários, as operadoras nacionais entenderam que era preciso subir o preço para preservar suas já apertadas margens de lucro.
Das 15 praças pesquisadas, apenas São Paulo e Campinas apresentaram queda no indicador em relação a 2019, mas todas cresceram frete a 2021. Ainda na base de comparação anual, apenas Curitiba (+6,9% / R$ 229,05) não conseguiu repor as perdas inflacionárias dos últimos 12 meses (veja mais abaixo).
Em fevereiro, Florianópolis teve a maior diária média do país, com R$ 328,26, seguido pelo Rio de Janeiro (R$ 318,46). São Paulo fecha o pódio, com R$ 289,49, com Brasília na sequência (R$ 246,34). A capital catarinense também fechou o mês com a maior ocupação, com 69,7%, sendo seguida por Vitória (64,5%), Fortaleza (64%) e Rio de Janeiro (61,2%).
(*) Crédito da capa: Valli_Photography/Pixabay
(**) Crédito dos infográficos: FOHB