sábado, 21/setembro
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Intenção de consumo volta a subir em abril com queda da inflação

A balança da economia fez novos movimentos em abril. Com a queda da inflação, a ICF (Intenção de Consumo das Famílias) avançou 3,1% no mês — atingindo seu melhor índice desde março de 2020 — período pré-pandemia. O indicador, apurado mensalmente pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) chegou a 97,1 pontos, além da maior alta do nível de consumo atual (4,8%).

Ainda que o nível de consumo esteja na zona negativa (81,4 pontos), o incremento de abril foi o mais expressivo desde maio de 2018. O otimismo está relacionado com a evolução da inflação, que surpreendeu o mercado positivamente em março. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) anual chegou a 4,65% — abaixo do esperado e dentro do intervalo da meta do BC (Banco Central), de 4,75%.

Para completar, a inflação de serviços caiu, e o índice de difusão, que representa a quantidade de itens que tiveram aumento de preços, é o segundo menor desde agosto de 2020.


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José Roberto Tadros, presidente da CNC, ressalta que o resultado favorável do ICF de abril é uma ótima notícia para o setor terciário. “Com a diminuição da inflação superando as expectativas na conclusão do primeiro trimestre, no qual os orçamentos estavam comprometidos com gastos sazonais como pagamento de impostos, compra de material escolar e férias, por exemplo, os consumidores iniciam o segundo trimestre de 2023 com a disposição renovada para o consumo”.

Emprego e renda

Segundo a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, a contínua geração de vagas formais e contratação de pessoas com menor nível de escolaridade pelo setor de serviços fez o índice de satisfação de emprego e renda alcançar o maior nível entre todos os indicadores da pesquisa, com 121,4 pontos. “A dinâmica mais favorável do nível de consumo atual também está associada à maior satisfação com o emprego”.

Outro ponto ressaltado pela economista é o indicador de avaliação da renda atual, que avançou 3% em março, chegando a 114,7 pontos. Esse também é o nível mais alto desde antes da pandemia. A proporção de consumidores que consideram a renda de hoje melhor do que há um ano foi de 36% dos entrevistados, também a maior em três anos.

Famílias com menos renda

A taxa de crescimento da intenção de consumo entre as famílias com renda menor acelerou 3% em março, levando a intenção de compra dos consumidores com até 10 salários mínimos a 94,5 pontos. Embora ainda no espectro negativo, com essa elevação, o índice se aproximou da faixa de rendimento acima de 10 salários mínimos, que ficou em 110,8 pontos, já na zona de otimismo.

Além disso, 34% dos consumidores de alta renda consideraram seus rendimentos melhores do que há um ano, o maior índice também desde antes da pandemia. Izis Ferreira destaca ainda o crescimento do otimismo entre as mulheres. O indicador avançou 29,4% em um ano para o público feminino, enquanto a intenção de compra dos homens cresceu 21,9% no mesmo período. “Com mais mulheres ingressando no emprego formal desde o ano passado, a percepção delas sobre a segurança no emprego e na renda também tem melhorado”, analisa a economista da CNC.

(*) Crédito da foto: igorovsyannykov/Pixabay