domingo, 22/setembro
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JLL: hotéis econômicos lifestyle mais que triplicaram em seis anos

Recentemente, a JLL, que apontou recentemente o crescimento de iniciativas sustentáveis na hotelaria, divulgou o estudo Rise of Affordable Lifestyle Hotel Brands, no qual aponta crescimento significativo do setor de marcas lifestyle para o segmento de hotéis econômicos. De acordo com o levantamento, o número de quartos mais que triplicou desde 2015 e, atualmente, há mais de 106 mil unidades ao redor do mundo. No contexto das grandes marcas hoteleiras, o crescimento no período foi de 21,7%.

“O lifestyle econômico vem atender a uma demanda crescente de viajantes que querem ter contato com a cultura local e com experiências autênticas, sem ter que pagar muito pela hospedagem”, explica Pedro Freire, diretor de Valuation and Advisory Services da JLL.

Crescimento por região

Américas

Nas Américas, o número total de quartos das marcas lifestyle econômicas teve alta de 29,9% em 2021, frente a 2015. Ainda segundo a JLL, esse é o mercado com o maior número de oportunidades para produtos econômicos com recursos e comodidades modernas.


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Europa, Oriente Médio e África

Nesses três continentes, a alta é mais moderada devido ao bem estabelecido mercado de hostels. Por outro lado, as regiões possuem a maior quantidade de projetos em construção.

Ásia

No continente asiático, o aumento no segmento foi de 33,9%. A alta é influenciada principalmente pelas ambições de expansão das grandes empresas especializadas em mercados anteriormente inexplorados.

JLL - Gráfico_lifestyle_econômico

A tendência mostrada no gráfico acima é impulsionada por três fatores: as principais empresas hoteleiras estão lançando novas marcas em resposta às expectativas dos hóspedes; o setor imobiliário tradicional está se adaptando às áreas urbanas; por último e não menos importante, os operadores de hotéis estão procurando competir com acomodações alternativas, como Airbnb.

Conceito possibilita aumento de ganhos

Para os empreendimentos, seguir a tendência é aderir a uma oportunidade de aumentar seus ganhos sem fazer grandes alterações na estrutura física.

“Incorporar conceitos lifestyle agrega mais valor ao preço da diária do que a estrutura física propriamente dita. Não há mudanças no tamanho dos apartamentos, por exemplo, mas o lobby ganha importância como área de convivência, assim como a oferta de A&B (Alimentos & Bebidas) e a decoração. É uma maneira de rentabilizar um espaço que antes ficava mais ocioso”, complementa Freire.

“Há mercados em que o custo é alto, como São Paulo e Rio de Janeiro, que não têm terrenos disponíveis em lugares classe A. Então, hotéis já existentes passam por reformas para se adaptar. Em projeto de hotel econômico com conceito lifestyle, você tem o custo reduzido de construção, mas a rentabilidade fica entre mid e upscale. Um hotel de luxo gera volume alto, mas a rentabilidade é um pouco menor”, acrescenta.

Entre as características mais comuns dos empreendimentos lifestyle econômicos, estão o design eficiente, lobbies contemporâneos com espaço aberto para favorecer interação, opções de comidas rápidas em A&B, e quartos menores, que variam de 17 a 25 metros quadrados (m²).

Diversas empresas do setor hoteleiro, que anteriormente se focavam nos segmentos de categorias superior e midscale, estão apostando no novo conceito. É o caso de grandes redes, como Marriott International, Hilton e InterContinental Hotel Group, responsáveis pela criação de diversas marcas lifestyle econômicas.
Geralmente, os empreendimentos desse segmento atraem investidores devido ao potencial para prazos mais curtos de construção, flexibilidade, entre outros fatores.

Startups pressionam hotéis a se reinventar

Outra tendência crescente é o aparecimento de diversas startups do segmento de hospitalidade, competindo no espaço imobiliário e atraindo capital significativo. “As startups conseguem ter a sensibilidade da importância da integração, do bom uso dos espaços. Elas estão tendo sucesso, forçando marcas tradicionais a se repaginar ou a comprar esses novos players”, finaliza Freire.

(*) Crédito da foto: Peter Kutuchian/Hotelier News