sábado, 21/setembro
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JLL: recuperação da hotelaria reforça interesse de investidores

À medida que os investidores imobiliários analisam toda a incerteza econômica global, a retomada da hotelaria continua atraindo capital. De acordo com o estudo Global Hotel Investor Sentiment Survey, da JLL Hotels & Hospitality Group, o interesse dos investidores por ativos hoteleiros está crescendo proporcionalmente à recuperação do desempenho do setor, revela o Costar.

Vale ressaltar que esta é uma realidade que não se aplica a todos os países. No exterior, o contexto de mercado é significativamente diferente do Brasil, devido à presença de fundos imobiliários e investidores institucionais. Por aqui, a dificuldade de acesso a fundings torna o contexto extremamente específico e diferente do mercado internacional. Além disso, considerando a atual taxa de juros e as incertezas que cercam o setor, os lançamentos de projetos imobiliários para hotelaria estão parados neste momento. O que existe é o que foi lançado pré-pandemia.

Ainda assim, segundo estudo realizado pela HotelInvest, o pipeline do mercado hoteleiro no país conta com 124 projetos com inauguração prevista até 2026. No total, o investimento previsto para esses empreendimentos totaliza R$ 5,3 bilhões.


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De qualquer forma, ainda é válido para o setor como um todo ter este conhecimento de que no exterior a hotelaria segue atraindo atenção dos desenvolvedores imobiliários e fundos de investimento. Gilda Perez-Alvarado, CEO global da JLL, afirma que, embora a inflação e os esforços para combatê-la sejam os ventos contrários para o setor neste momento, o impulso da retomada continua em muitos países, superando o nível pré-pandêmico em muitos casos.

Uma das maiores diferenças entre a situação econômica global atual e as crises anteriores é a liquidez, avalia executiva. “Há uma tonelada de liquidez em todo o mundo procurando investimentos. Os hotéis, dada a nossa capacidade de alterar e ajustar as tarifas em tempo real, representam uma classe de ativos muito interessante para investidores em todo o mundo”, destaca.

Resultados da pesquisa

Entre os atuais interessados em investir em projetos hoteleiros, a pesquisa da JLL informou que 52% dos entrevistados eram de private equity, investidores institucionais e entidades de fundos de investimento. Outros 26% eram desenvolvedores imobiliários, 15% operadores hoteleiros, 5% fundos soberanos e capital de risco e os últimos 2% representam fundos de investimento imobiliário.

Ao mesmo tempo, 20% dos investidores afirmaram também que pretendem aplicar de US$ 501 milhões a US$ 1 bilhão em capital no setor de hospitalidade. Isso significa aumento de 7% nos investimentos em relação a 2021, e a maior proporção de investidores que procuram gastar esse nível de capital desde o início da pandemia.

Os números mostram que 55% dos investidores esperam que o custo total da dívida aumente de 50 a 100 pontos em relação ao início do ano. Entre os mercados globais, Boston, Londres e Tóquio se destacaram como os três principais no investimento hoteleiro. Já os três principais mercados para alienação foram Nova York, Paris e Xangai.

Oportunidades de investimento

Os investidores estão procurando oportunidades de valor agregado, buscando propriedades que precisam de uma recuperação abrangente, segundo a CEO da JLL Hotels & Hospitality Group. “Por padrão, todas essas são jogadas de valor agregado. Eles estão pegando propriedades que operam em um ambiente difícil no momento e, talvez, precisem de uma reforma direcionada ou abrangente”, reforça.

Além disso, os investidores estão levando em consideração se uma propriedade disponível está livre de marca ou da operadora. Isso pode exigir a escolha do operador certo a ser implementado futuramente. Em paralelo, branded residences continuarão a se sair bem nos mercados primários e nos centros das cidades, mas também podem desempenhar bem em mercados secundários, avalia a executiva.

“Apenas do ponto de vista do perfil de rendimento, eles são uma classe de ativos muito atraente”, diz. Quando se trata de hotéis de serviço completo, o interesse do investidor é específico. Os hotéis urbanos, que tiveram perda de demanda de viagens de negócios na pandemia, estão esperando o retorno deste segmento. As viagens corporativas voltarão, talvez não ao mesmo nível de antes da pandemia, mas é notável que tem havido crescimento significativo de viagens de bleisure, inclusive no Brasil.

(*) Crédito da foto: PixelAnarchy/Pixabay