Chamar a atenção dentro de qualquer setor pode ser uma via de duas mãos. Por um lado, colhe-se melhores resultados e a chance de um futuro próspero é maior. Do outro, questões socioeconômicas e uma “cultura tradicional” podem esbarrar no novo, fazendo com que barreiras sejam erguidas para evitar problemas. É neste cenário que o short-term rental se encontra em algumas cidades pelo mundo.
Na linha do que Nova York e Barcelona estão colocando em prática, com a segunda anunciando o banimento da modalidade a partir de 2029, mais duas localidades turísticas miram a proibição do modelo de hospedagem: Cidade do México e Málaga. Apesar da decisão em cada uma das cidades ser diferente, as motivações são parecidas.
Sobre o impacto prático, temos os seguintes panoramas:
Cidade do México
No caso da capital mexicana, a ideia é limitar (ou até proibir, em certos casos) o aluguel por meio dos aplicativos que favorecem o short-term rental, como o Airbnb. Assim, proprietários serão proibidos de alugar seus imóveis por estes meios por mais de 50% dos dias do ano (365 dias).
Málaga
Já no destino na região da Andaluzia, na Espanha, 43 bairros não poderão mais receber esses tipos de reservas de hospedagem. As novas regras foram implementadas pelo conselho da cidade em 24 de outubro. A própria ascensão de Málaga tem relação com as restrições ao short-term rental em Barcelona.
As proibições, segundo informações do Skift, tem relação com área que possuem 8% das casas voltados ao aluguel de curto prazo. O novo regramento começou neste mês e terá, no mínimo, cinco anos de duração.
Por quê?
Agora, a respeito do que estimulou essas ações, como dito algumas linhas acima, os casos se atravessam. De forma geral, ambos destinos identificam no short-term rental uma das razões pela alta no preço dos imóveis e o encarecimento dos bairros, o que causa a saída de ‘moradores originais’.
Além disso, outro motivo, citado até pelo parlamento da Cidade do México, comenta sobre uma “concorrência desleal com hotéis”. Neste caso, o órgão público crê no equilíbrio do mercado ao não permitir ou limitar o short-term rental.
Na Espanha, as motivações são familiares. Um das diferenças é que a própria população local se manifestou contra o “turismo em massa”. Além disso, Barcelona, Mallorca e Ilhas Canárias também passaram pela mesma situação.
E no Brasil?
Por aqui, no início de outubro, o país acompanhou a criação da ABLT (Associação Brasileira de Locação por Temporada). Sob comando de Pedro Pongelupe, CEO da OZPED e presidente da entidade, a associação conta com participação de operadoras de short-term rental conhecidas como aliadas, além de mais de 100 associados e mais de 10 mil imóveis sob seu guarda-chuva.
Qual seria o panorama, no entanto, se o país resolvesse implementar novas legislações neste sentido? O que seria dessa expansão do segmento por aqui? Bom, essa é uma pergunta para outra ocasião.
(*) Crédito da foto: Freepik