Lacuna restante para a plena recuperação do turismo, a retomada consistente de voos internacionais já é uma realidade. Com uma malha praticamente inexistente durante a pandemia, as rotas oriundas de outros países são elos importantes para a composição da demanda hoteleira em praças brasileiras que são portas de entrada de estrangeiros, como é o caso do Rio de Janeiro.
Dito isso, o retorno das rotas diretas entre o RIOGaleão e destinos internacionais é um ótimo sinal para a hotelaria carioca. Conforme divulgado pelo jornal O Globo, o aeroporto fluminense retomou 58% da malha de voos internacionais pré-pandemia, em linha com a recuperação das chegadas de turistas estrangeiros.
Em janeiro deste ano, a oferta de voos internacionais do RIOGaleão, que deve ser devolvido à União, correspondia a 34% do registrado antes da pandemia. A expectativa é que esse número chegue a 68% em janeiro de 2023, em virtude das rotas que devem estrear ou retomar até o final deste ano, incluindo destinos dos EUA, Espanha, Emirados Árabes, Colômbia e Argentina.
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“O reaquecimento do setor aéreo tem um peso determinante para o turismo, porque a retomada e/ou criação de novos trechos de voos implica diretamente no momento de escolha do destino pelo viajante, além de contribuir para movimentar a indústria de eventos, refletindo diretamente nos números da hotelaria”, comenta Roberta Werner, diretora-executiva do Rio CVB (Rio Convention e Visitors Bureau) em entrevista ao Hotelier News.
“É preciso somar esforços, trade e poder público, para fomentar a malha aérea do Rio de Janeiro, sobretudo para o aeroporto internacional, que é a porta de entrada de mercados emissores importantes”, complementa Roberta.
A retomada da malha aérea do RIOGaleão acompanha a recuperação do mercado de lazer, que vem se aproximando dos níveis pré-pandemia. Contudo, ainda que a demanda corporativa tenha voltado em ritmo mais lento, a capital fluminense vem sendo palco de diversos congressos e eventos técnico-científicos, garantindo à hotelaria carioca boas ocupações durante os dias de semana.
Reconexões
Em setembro, a American Airlines retomou voos entre o Rio de Janeiro e Miami, com seis frequências semanais. Este mês, o RIOGaleão passa a receber três operações semanais de Nova York, pela empresa americana, e de Madrid, pela companhia espanhola Iberia. Até o fim do ano, a Emirates passará a conectar a capital fluminense com Dubai e Buenos Aires, enquanto a americana Delta, a Atlanta.
Antes da pandemia, a Iberia havia transformado a ligação Rio-Madri em voos diários. Agora, a empresa busca ampliar a frequência de três para cinco voos semanais, e posteriormente, retomar o voo diário. “Isso pode levar um ano ou mais para se concretizar”, afirma Beatriz Guillén, diretora de vendas globais da Iberia ao jornal O Globo. “No entanto, somos flexíveis e se houver demanda, pode acontecer antes”.
O voo da Iberia estreia neste domingo (30) e registra ocupação superior às expectativas da companhia aérea. “Achávamos que a retomada seria mais lenta, mas as vendas estão acima das nossas projeções”, relata Beatriz.
Quanto ao mercado norte-americano, que historicamente era o segundo maior emissor de turistas, assumiu a liderança do ranking em 2021, com a entrada de 132 mil viajantes no Brasil. “Esse número é um excelente sinal. Acredito que a isenção do visto para moradores do país, em 2019, foi estratégica para essa mudança. No geral, ainda não retomamos o patamar pré-pandemia, mas estamos caminhando”, alega Roberta.
Já entre as companhias aéreas nacionais, o foco para a temporada de verão são os destinos na América Latina. No domingo (30), a Latam retomará os voos para Buenos Aires, após 31 meses de suspensão devido à pandemia. No caso da Gol, que já tinha retomado essa rota, a novidade está na estreia dos trajetos para Córdoba e Rosário, na Argentina, e para Montevidéu, no Uruguai.
(*) Crédito da capa: Divulgação/RIOGaleão
(**) Crédito da foto: Divulgação/Rio CVB
