sábado, 21/setembro
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Marriott busca escala em 2 novas frentes de negócios

Desde o ano passado, a Marriott International vem buscando novas fronteiras de expansão. As mais recentes apostas estão nos segmentos de short-term rental e econômico. Com a necessidade contínua de crescimento para aumentar a escala do negócio, a gigante norte-americana vê na América Latina e em marcas desses dois mercados boas oportunidades.

Ao final de 2022, a Marriott anunciou sua entrada no páreo do short-term rental, seguindo  movimentos semelhantes aos feitos por outras redes hoteleiras. O Apartments by Marriott Bonvoy veio de encontro às demandas de membros do programa de fidelidade da empresa, que buscam por acomodações residenciais, mas sem perder a qualidade dos serviços do grupo.

Em entrevista ao Hotelier News, Laurent de Kousemaeker explica que o objetivo é ganhar escala no segmento. “Nossa meta é crescer da mesma forma como fazemos com nossas unidades hoteleiras. Em vez de construir hotéis, vamos atrás dos desenvolvedores de residenciais”, diz o CDO (Chief Development Officer) para a América Latina e Caribe.


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Modelo de negócios

O executivo salienta que, ainda que o modelo de negócios seja voltado para aluguéis de curto temporada, o Apartments by Marriott Bonvoy não deve ser confundido com serviços como o Airbnb. Kousemaeker afirma que a rede não vai operar as UHs, mas oferecer aos desenvolvedores imobiliários a força da marca Marriott e o poder de distribuição dos seus canais.

“Muitos acreditam que o Apartments by Marriott Bonvoy é uma proposta similar aos Homes & Villas, mas não é isso. Teremos uma soft brand estampando os produtos, além da força de distribuição da rede e consideramos fechar parcerias com operadores para fazer a administração dos empreendimentos”, enfatiza Kousemaeker.

Em São Paulo, por exemplo, existe uma ampla gama de studios a ser entregue pelo mercado imobiliário. Com o surgimento de operadores como Charlie, B.Homy e Apê Smart Studios, o segmento ganhou mais espaço na maior cidade do país. Ou seja, um prato cheio para os planos de crescimento do grupo.

“Queremos crescer no segmento, pois entendemos que é este tipo de acomodação que o consumidor precisa em estadas mais longas. O cliente demanda mais espaço e uma cozinha para se hospedar em famílias ou grandes grupos”, ressalta o CDO.

Perante condições macroeconômicas desfavoráveis, com as taxas de juros tirando a atratividade da hotelaria tradicional, o short-term rental passa a ser uma saída óbvia para que as cadeias hoteleiras sigam crescendo a oferta de quartos.

Bojan Kumer, vice-presidente de Desenvolvimento da Marriott, afirma que o lançamento da marca de residenciais é global, começando pelos EUA com sequência de expansão para as demais regiões. O executivo explica que a rede tem interesse em fomentar o crescimento em países sul-americanos, como Brasil e Argentina.

“É algo novo para nós. Temos visto muitos desenvolvedores apostando em projetos mix use. Então, acredito que teremos muitas oportunidades. São unidades que podem ser vendidas e, depois, movimentar um mercado secundário, o que é atrativo para quem investe”, pontua Kumer.

Laurent-de-Kousemaeker
Kousemaeker vê potencial no Brasil

Briga pelos econômicos

Com a aquisição da Hoteles City Express, a Marriott abre um imenso leque de oportunidades de negócios. Entrando na briga de hotéis econômicos, a rede hoteleira sabe do potencial de escalar sua presença global com a entrada na categoria. E os planos são de iniciar a expansão ainda este ano.

“É uma questão de market share e escala. Precisamos estar onde os consumidores estão. Há alguns anos estamos estudando a possibilidade de ganhar espaço no segmento de econômicos, uma vez que somos uma empresa já consolidada no upscale, com cerca de 400 hotéis”, acrescenta Kousemaeker.

Mesmo com diárias médias mais tímidas, Kumer salienta que o propósito é entrar na briga pela oferta, uma vez que grande parte do mercado latino-americano se concentra em hotéis econômicos e midscale.

“Financeiramente, é mais interessante para nós assinar um contrato para um novo JW, mas podemos atuar nos dois segmentos. E sabemos que a cada mercado que entramos nossa base de membros Marriott Bonvoy aumenta”, salienta Kumer.

Por fim, Kousemaeker acrescenta que o Brasil é um mercado com alto potencial de exploração do City Express, uma vez que o setor hoteleiro é majoritariamente composto por empreendimentos independentes e econômicos. “É um mercado que possui uma população de viajantes que merece bons produtos”.

(*) Crédito da capa: Vinicius Medeiros/Hotelier News

(**) Crédito da foto: Divulgação/Marriott International