Após os resultados da Hilton, chegou a vez de outra gigante norte-americana divulgar o balanço referente ao terceiro trimestre de 2021. Hoje (3), a Marriott International reportou lucro líquido de US$ 220 milhões no período, puxado por uma evolução do RevPar em praticamente todas as regiões e diária média próxima aos níveis pré-pandemia, informou Anthony Capuano, CEO da rede.
“O forte impulso de recuperação do RevPAR global que experimentamos durante a primavera [Hemisfério Norte] continuou no verão graças à robusta demanda de lazer e a diárias médias diárias impressionantes”, comentou Capuano em call com analistas e investidores. Já o Ebitda Ajustado bateu em US$ 683 milhões, bem acima dos US$ 327 milhões registrados em igual período de 2020.
Voltando ao indicador mais importante da hotelaria, o RevPar global da Marriott avançou 118,4% frente igual período de 2020. Destaque para a região dos Estados Unidos e Canadá, com expansão de 134,7% na mesma base de comparação. Nos mercados internacionais, a alta foi menor, mas ainda expressiva: 76,3%. Na comparação com o terceiro trimestre de 2019, o KPI cedeu 25,8% globalmente.
Apesar da esperada queda na base de comparação que mais importa no momento, Capuano destacou a evolução trimestral do indicador ao longo do ano. Nos EUA e Canadá, por exemplo, o RevPAR ficou 20% abaixo do mesmo trimestre de 2019. Nos três meses anteriores, e levando em conta a comparação anual, a queda observada foi de 77%. Em relação à diária média, o índice ficou apenas 5% abaixo do registrado no terceiro trimestre de 2019.
Leeny Oberg, CFO (Chief Financial Officer) da Marriott, informou na mesma call que a ocupação mundial aumentou para 58% no terceiro trimestre. Enquanto isso, a diária média global ficou apenas 4% abaixo do observado em igual trimestre de 2019. “Estamos muito satisfeitos em ver os preços estão quase de volta aos níveis pré-pandêmicos em apenas 20 meses”, comentou.
Segundo Leeny, recuperação das diárias médias é crucial para a retomada do setor
Ela acrescentou que, em crises anteriores como a de 2008 e o 11 de setembro, a diária média retomou os níveis pré-crise antes do RevPar. “No primeiro caso, demorou cinco anos. No segundo, aproximadamente quatro”, completou.
Pipeline e projeções
A Marriott adicionou 114 propriedades (17.456 quartos) ao portfólio global no terceiro trimestre de 2021, incluindo mais de 2,2 mil apartamentos oriundos de conversões e outros 8,5 mil em mercados internacionais. Ao mesmo tempo, 20 propriedades (5.414 UHs) saíram do sistema no período. Ao final do trimestre, a Marriott detinha 7.892 propriedades (1,464 milhão de habitações) sob gestão.
Capuano reforçou a importância das conversões para a expansão da companhia neste ano. “Já adicionamos mais apartamentos por meio de conversão nos primeiros nove meses deste ano do que em todo 2019. Com isso, o modelo respondeu por mais de 30% de todas as novas adições ao portfólio”, comentou o CEO da Marriott, destacando que, antes da pandemia, as conversões representavam cerca de 15% do pipeline.
Mesmo sem especificar metas e projeções para o RevPAR ou orientação sobre o lucro previsto para a rede, Leeny compartilhou uma visão otimista sobre a retomada, especialmente a partir do momento que as viagens internacionais ganharem força.
“Esperamos fazer um progresso substancial até atingirmos os níveis de RevPAR de 2019, o que deve ocorrer até o final do próximo ano”, disse a executiva, reconhecendo que “grandes retrocessos” na recuperação da pandemia ainda podem afetar as previsões.
(*) Crédito das fotos: Divulgação/Marriott International