Pelo que apurou o HN, Guedes conversou ao telefone com Mendes (Accor)
Passam-se os dias e novos hotéis paralisam as operações no Brasil. Levantamento aponta que o número de unidades fechadas das redes associadas ao FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil) chega a 415, índice que representa cerca de 70% da base. A boa notícia é que as negociações com o governo federal estão avançando e a hotelaria deve ser inclusa entre os segmentos que receberão socorro adicional na redação da próxima Medida Provisória, após revogação do seu item mais sensível na MP 927, ligado à suspensão do contrato de trabalho.
Ontem à noite (23), o Antagonista informou que o novo texto da MP vem com boas notícias ao empresariado. Além da livre negociação do funcionário com o empregador, a suplementação dos salários afetados será feita pelo Estado. Pela proposta, o empresário que quiser suspender o contrato de trabalho, e manter o empregado, poderá cortar até 50% da sua remuneração, com o governo arcando com 25%. Ou seja, o trabalhador teria 75% do salário garantidos.
FOHB: negociações com equipe econômica
Ainda segundo o Antagonista, no caso de setores mais afetados, com a hotelaria, o empregador pagaria 1/3 do salário, com o governo cobrindo outro 1/3. Por exemplo: o empregado ganha R$ 2,1 mil. Com a suspensão, a rede hoteleira pagará R$ 700 e o Estado outros R$ 700, somando R$ 1,4 mil. O benefício, contudo, seria limitado aos trabalhadores que ganham até dois salários mínimos – atingindo em cheio boa parte da mão de obra da hotelaria. Na avaliação da equipe econômica, liderada pelo ministro Paulo Guedes, o impacto no orçamento federal seria de R$ 10 bilhões mensais.
“Ainda não temos nada confirmado. As conversas variaram bastante em relação a esses percentuais. Uma hora o governo falou em 50% para cada e dissemos que não havia condições. Depois, pedimos 75%-25% e eles não concordaram. Agora, fala-se no 1/3 para cada parte. Estamos aguardando o texto definitivo”, afirma uma das fontes ligadas ao FOHB ouvidas pelo Hotelier News.
De qualquer forma, o setor como um todo celebra o espaço ganho pela hotelaria na articulação com o governo. “Nunca antes fomos tão ouvidos como agora. O governo está sensível às nossas demandas, até porque são mais de 1 milhão de empregos. A participação do Patrick na reunião com a cúpula do governo, e ao lado dos principais empresários do país, mostra bem isso”, destaca a fonte, referindo-se a Patrick Mendes, CEO da Accor para a América do Sul.
(*) Crédito da capa: cattalin/Pixabay
(**) Crédito da foto: Pedro Ladeira/Folhapress