Foi realizado em São Paulo o primeiro evento #HotelTrends, promovido pelo Hotelier News, que reuniu empresas líderes em gestão e análise de dados em hotelaria no Brasil.
Do meu lado, trouxe uma ampla análise do macroambiente e suas implicações no turismo e na hotelaria de negócios e lazer no Brasil. E o que debateram? Quais foram os principais insights que podem nortear os orçamentos de 2023 para a hotelaria no país?
“Primeira conclusão: Lazer segue em recordes históricos no país e negócios aceleram”.
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6 destaques positivos da hotelaria no país
- 1. Hotelaria urbana acelera e rompe ocupação pré-pandemia. Nos últimos meses, ocupação superou em 6% os valores de 2019.
- 2. Diárias reais andaram de lado, mas sinalizam crescimento. Últimos meses ficaram 7% abaixo de 2019, mas diárias públicas futuras crescem até 20%.
- 3. Nos resorts, receita real cresceu 30% no 1º semestre. Em média, a ocupação cresceu 10% e a diária 20%, em comparação com o mesmo período de 2019.
- 4. Lazer desacelera, mas saldo de demanda é positivo. Normalização do mercado traz diminuição de pressão de demanda, mas ante 2019 o volume segue maior.
- 5. Eventos retomam e o 2º semestre está aquecido. Resorts regionais sinalizam o melhor 2º semestre histórico em eventos. Tendência é de ótimos resultados.
- 6. Luxo decola no Brasil. Atingimos os melhores resultados históricos do país, desaceleramos com a abertura das fronteiras, mas seguimos aquecidos.
E há algum ponto de atenção? O que devemos manter no radar como possíveis riscos?
“A economia é o principal ponto de atenção, em especial para os destinos corporativos”.
6 pontos de atenção para mantermos no radar
- 1. Virtualização das reuniões pode substituir uma parte das viagens. Em grandes destinos urbanos, risco parece mais alto para encontros curtos.
- 2. Com inflação em alta, controle de custo segue fundamental. Ganhamos eficiência em processos durante a pandemia e não é a hora de “afrouxar a corda”.
- 3. Aumento das passagens aéreas preocupa gestores. No mercado de lazer, produtos regionais, com acesso rodoviário, devem ser beneficiados e seguirão em alta.
- 4. Com economia frágil, é preciso romper o crescimento orgânico. PIB lateralizado e juros altos devem limitar a capacidade de geração de nova demanda no país.
- 5. Novos modelos hoteleiros crescem no país. Multipropriedades e short-term rental seguem em estruturação e prometem dinamizar o ambiente competitivo hoteleiro.
- 6. Sem investir em tecnologia, ganhos de eficiência serão limitados. CEOs apontam investimentos em tecnologia entre as prioridades para o próximo ano.
#AcreditaQueVai
E qual seria a mensagem final?
“Durante a pandemia aprendemos a controlar custo na unha. Agora o foco está em potencializar as receitas”.
Seguir em crescimento é possível e deve ser buscado pelo setor. Mas em tempos de mar agitado, é preciso remar mais forte para ganhar velocidade. Com economia incerta, movimentos de ocupações podem ser mais modestos. Logo, potencializar receita (com custo controlado) é o principal direcionamento para 2023. “Atenção às diárias corporativas. Elas precisam voltar a crescer em maior intensidade”.
Mas se ociosidade é possível, como aumentar a diária em dois dígitos? Com inteligência de mercado, estratégia na ponta, recursos adequados e, como não poderia faltar, suor.
“E além de visão estratégica, coragem é um elemento importante para alcançarmos resultados além do orgânico”.
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*Pedro Cypriano é especialista em investimentos e estratégia em turismo e hotelaria. Ao longo dos últimos 18 anos, liderou centenas de projetos junto a consultorias hoteleiras globais, na Europa, no Oriente Médio, na África e na América Latina. Autor do livro Desenvolvimento Hoteleiro no Brasil, pela editora SENAC, e professor em cursos de pós-graduação em investimentos hoteleiros no país e no exterior.
(*) Crédito da foto: Arquivo pessoal
