No 21º episódio do Hotel Trends, meu parceiro de podcast Vinicius Medeiros e eu recebemos o nosso amigo Romulo Silva, diretor de Desenvolvimento de Franquias da Accor. E, como tema central, a pergunta: quando vai se intensificar um novo ciclo de desenvolvimento hoteleiro no Brasil?
O rico bate-papo pode ser conferido nos canais oficiais do Hotelier News:
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Adicionalmente, dividirei a visão da Noctua Advisory sobre o tema de forma simples e objetiva, respondendo a perguntas que ouvimos constantemente de nossos parceiros. Vamos lá!
Em qual estágio de desempenho se encontra a hotelaria no Brasil?
O ano de 2023 foi de aceleração de desempenho em todo o país. Em lazer, eventos e no segmento de luxo, vivemos um dos melhores momentos da hotelaria. Nos mercados econômico e midmarket urbanos, também avançamos, mas precisamos seguir em crescimento, especialmente em tarifas.
E já é o momento de se investir em hotéis?
Primeiro, o período de estruturação de hotéis no Brasil é próximo a quatro anos. Logo, a decisão de investimento não deve se pautar no desempenho atual, mas na perspectiva de resultados futuros. E como não temos muitos hotéis em estruturação, a tendência é de valorização dos ativos. Apenas em 2023, a Noctua Advisory assessorou dezenas de investidores.
Quais ativos e cidades priorizar?
Até 2030, poderemos ter centenas de novos hotéis no Brasil, em todos os segmentos e perfis de cidades. Além dos empreendimentos comuns, vemos oportunidades especiais em produtos lifestyle, de lazer ou com centros de eventos próximos a destinos urbanos relevantes. Em tematização, também temos muito a avançar.
E as multipropriedades?
Vivemos um boom de projetos no Brasil e, com a queda da Selic, é possível que o apetite por novos empreendimentos continue alto. Pela Noctua Advisory, temos assessorado inúmeras oportunidades, via conselhos, gestão estratégica e novos projetos. Por outro lado, negócios com governança e estratégia frágeis seguirão em dificuldades.
Quais são as alternativas de funding para hotéis?
Nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, linhas de crédito do Banco do Nordeste, FNO e FCO são alternativas com taxas competitivas. Com a mudança recente do Fungetur, o custo de crédito diminuiu também em outras regiões do país. Com bons projetos e as devidas garantias, existem opções de financiamento no Brasil, apesar de ainda longe das ideais.
E quais são os perfis potenciais de investidores?
Investidores profissionais geralmente olham para cidades primárias. Em municípios de pequeno e médio portes, grupos locais têm impulsionado a estruturação de hotéis. E os compradores de condo-hotéis, apesar de “adormecidos”, com o reaquecimento dos mercados hoteleiros e a queda da Selic, devem ressurgir no país.
Há riscos e desafios no horizonte?
Sempre há. Historicamente, a superoferta foi um dos principais riscos à hotelaria no Brasil. Hoje, entendemos pouco relevante. Alguns dos pontos a se acompanhar são principalmente o aumento do custo de construção e o crescimento modesto da economia. Precisamos seguir acelerando o desempenho dos nossos hotéis para estimular novos projetos.
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Pedro Cypriano é especialista em investimentos e gestão estratégica, fundador e sócio-diretor da Noctua Advisory | Inteligência em hospitalidade e entretenimento. Ao longo dos últimos 20 anos, liderou centenas de projetos junto a consultorias globais, na Europa, no Oriente Médio, na África e na América Latina. Conselheiro de empresas de multipropriedade, timeshare e hotelaria. É autor do livro Desenvolvimento Hoteleiro no Brasil, pela editora SENAC, e professor em cursos de pós-graduação e programas executivos no Brasil e no exterior.