sábado, 21/setembro
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Percepção de eleitorado sobre economia cresce em julho, aponta Datafolha

Após dois anos de pandemia e um período de retomada turbulenta, a percepção dos brasileiros sobre o futuro da economia parece estar finalmente deixando de ser pessimista. Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada pela Folha de São Paulo, 48% acreditam que a situação econômica do país deve melhorar nos próximos meses, 28% preveem que ela ficará igual e 18% esperam piora. Em junho, apenas 33% eram otimistas e 34% eram pessimistas.

De acordo com o levantamento, que entrevistou 5,7 mil eleitores em 281 cidades durante a semana passada, o maior otimismo na economia também melhora a percepção sobre a situação financeira pessoal. A parcela dos eleitores otimista sobre sua situação financeira pessoal nos próximos meses aumentou de 47% para 58% desde junho, e a dos pessimistas caiu de 15% para 8%. Os demais 31% acham que sua situação ficará igual.

Segundo a entidade, as avaliações da população desde mês são as mais altas apuradas desde 2019. Os que acreditam que a situação econômica do país piorou nos últimos meses caiu de 67% para 54% entre junho e agosto. Os que fizeram avaliação positiva do período aumentaram de 15% para 25%. Quanto à situação financeira pessoal nos últimos meses, os que viram melhora passaram de 20% para 26. Os que viram piora foram de 47% para 42%, de junho para julho.


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Desemprego e inflação em queda

A melhora na percepção da população coincide com quedas nas taxas de desemprego e inflacionárias, embora a renda média tenha estagnado e o preço dos alimentos continue pesando no bolso dos consumidores. Vale ressaltar que, ao que tudo indica, a recuperação da atividade econômica ocorrida nos últimos meses têm os dias contados. Segundo projeções do Banco Central, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) será de 2% neste ano, e de 0,4% no próximo.

Outros dados e recortes

O que não deve ser surpresa, segundo o Datafolha, é que o otimismo é menor entre os mais pobres, com renda familiar inferior a dois salários mínimos (R$ 2.424) por mês, e maior na classe média, entre os que ganham de dois a cinco salários mínimos (R$ 6.060).

As expectativas também são melhores entre os empregados. Os otimistas cresceram de 31% para 49% entre os assalariados com carteira assinada e de 31% para 41% entre desempregados. A avaliação positiva também é maior entre homens do que entre as mulheres e entre evangélicos e apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), segundo o levantamento.

Sendo a economia uma das principais preocupações do eleitorado, o atual presidente tomou uma série de medidas para conter a alta dos preços dos combustíveis, aumentar o valor do Auxílio Brasil e criar novos benefícios para os mais pobres. Embora tenha reduzido a distância, o atual chefe do executivo ainda segue longe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial, segundo os últimos dados do Datafolha.

Os pagamentos do Auxílio Brasil, segundo o levantamento, pouco influenciam nas expectativas econômicas da população. Entre os beneficiários do programa, 53% são otimistas. Entre os que não participam do programa de benefícios, 47% pensam da mesma forma.

(*) Crédito da foto: Divulgação/TRE-PE