sábado, 21/setembro
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PIB paulista deve crescer de 2% a 2,8% em 2023, diz Fundação Seade

De acordo com levantamento da Fundação Seade, o PIB (Produto Interno Bruno) paulista cresceu 0,7% no segundo trimestre de 2023 em relação aos três meses anteriores. Para o ano, a projeção é de que o indicador cresça de 2% a 2,8%, caminhando em linha com o PIB nacional, cuja expectativa é de que cresça entre 2,1% e 3,3%.

No segundo trimestre, o PIB paulista foi puxado principalmente pela agropecuária, que teve incremento de 2,5%, seguida pela indústria (1,6%) e serviços (0,3%). No contexto da hotelaria, com o fim da demanda reprimida, a demanda será cada vez mais regida pela performance econômica. Na taxa anual, o incremento foi de 3%, com crescimento de 0,5% na agropecuária, 1,6% na indústria e 3,8% nos serviços.

PIB paulista - Gráfico

 

Cabe ressaltar também que, historicamente, a curva de crescimento da demanda por hospedagem em São Paulo invariavelmente caminha em linha com a do PIB. Ou seja, acompanhar os dados macroeconômicos é essencial para os hoteleiros. O RevPar da capital, por exemplo, teve o segundo maior crescimento do RevPar (44%) no primeiro semestre, ficando atrás apenas de Brasília (47%), segundo dados do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil). Em julho, o indicador já cresceu 11%, devido à grande demanda por eventos.


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Outros dados

O estudo da Fundação Seade destaca ainda alguns aspectos que merecem atenção, como o fato de que a produção industrial paulista medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) teve queda de 2,7% entre maio e junho deste ano. Na taxa anual, nesse mesmo período, houve recuo de 0,6% para 0,5%. Já na comparação com junho de 2022, a taxa foi de -1,9%. Esses indicadores reforçam as preocupações quanto ao desempenho futuro de um setor importante para a economia do estado.

Outro ponto importante é que o mercado de trabalho segue como uma das variáveis que impulsionam o crescimento do PIB paulista na conjuntura atual. O emprego formal em São Paulo cresceu 0,3% entre maio e junho, acumulando no ano saldo positivo de 276,8 mil postos de trabalho, expansão de 2,1% em relação ao acumulado de igual período de 2022, segundo dados do Caged (Cadastro Geral e Empregados e Desempregados). Ao mesmo tempo, segundo a Pnad Contínua do IBGE, entre o primeiro e o segundo trimestres, a taxa de desocupação do estado de São Paulo recuou de 8,5% para 7,8%. Os números também são positivos em relação ao rendimento médio real dos ocupados, que aumentou 4,5% na comparação entre o segundo trimestre de 2023 e o mesmo período do ano passado.

Com base nos dados da pesquisa, a evolução recente do PIB paulista no curto prazo continua refletindo as dificuldades para uma expansão mais acentuada da atividade, diante de taxas de juros em níveis elevados, o que afeta o consumo e a produção industrial. O quatro fica ainda mais nítido com a análise de outros indicadores de atividade, confirmando que o crescimento da economia do estado tem atualmente como principal fonte o setor de serviços.

A Seade aponta também que há possibilidade de os juros básicos encerrarem o ano em 6,5%, com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) como deflator, um nível ainda alto, mas abaixo dos 10,3% alcançados em julho. O estudo pode ser consultado na íntegra no link.

(*) Crédito da foto: PublicDomainPictures/Pixabay

(**) Crédito do infográfico: Divulgação/Fundação Seade