sábado, 21/setembro
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Bancada evangélica tenta atrasar tramitação de PL dos cassinos

Após uma votação apertada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o projeto de lei que visa legalizar cassinos, bingos e outras formas de jogos de azar no Brasil enfrenta resistência da bancada evangélica do Senado. O líder do governo na Casa, senador Jaques Wagner (PT-BA), defende a urgência na regulamentação dessas atividades, segundo o jornal O Globo.

Aprovado por 14 votos a 12 na CCJ, o projeto agora enfrenta a tentativa da frente evangélica de atrasar sua tramitação. Segundo o senador Eduardo Girão (Novo-CE), há um pedido para que o PL passe por outras três comissões antes de ir ao plenário: econômica, direitos humanos e segurança pública. O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da frente evangélica, propôs a realização de uma audiência pública sobre o tema para ampliar o debate.

Para o mercado hoteleiro brasileiro, a aprovação do PL representa uma oportunidade potencialmente lucrativa. A instalação de cassinos integrados a resorts pode atrair um novo perfil de turista, interessado também em experiências de entretenimento e lazer. Destinos turísticos consolidados, como Rio de Janeiro e São Paulo, poderiam ver aumento considerável no fluxo de visitantes, beneficiando diretamente hotéis, restaurantes e serviços turísticos locais.


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A legalização dos jogos de azar no Brasil representa um marco significativo para o setor hoteleiro e turístico, oferecendo novas oportunidades de investimento e crescimento econômico. No entanto, é essencial que os impactos sociais e de segurança sejam cuidadosamente monitorados e regulados para garantir que os benefícios sejam maximizados e os riscos mitigados. O futuro do turismo no Brasil poderá ser definido pela maneira como o país aproveita essa nova fase nos jogos de azar, mantendo um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a responsabilidade social.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou que a legalização dos resorts integrados com cassinos pode atrair bilhões em investimentos estrangeiros e gerar centenas de milhares de empregos no Brasil. Segundo ele, essa medida será um divisor de águas para o setor turístico nacional.

Desafios e regulamentação

Para mitigar preocupações com vício em jogos, o projeto estabelece regras rigorosas, como a proibição de empréstimos para apostas e a exigência de pagamento em espécie. Cada tipo de jogo terá normas específicas, como o requisito para os cassinos de comprovarem um capital social mínimo de R$ 100 milhões.

A proposta, que já está em tramitação há mais de um ano, também foi considerada como uma possível fonte de receita para compensar outras desonerações fiscais. No entanto, Wagner enfatizou que os benefícios financeiros serão percebidos a médio e longo prazo, rejeitando a ideia de uma solução imediata para problemas fiscais.

(*) Crédito da foto: Ana Shvets/Pexels