O espaço em que vivemos e atuamos por vezes é muito mais amplo do que imaginamos. Ser um profissional repercute de forma global em nossa vida, não só pelo reconhecimento do que fazemos ou pelo impacto das nossas atitudes em relação a outras pessoas, mas pelo rastro que deixamos e que, acreditem, tem vida própria. Esse reflexo pode chegar a lugares onde nunca sequer pensamos em estar.
O mundo é globalizado, os caminhos se cruzam e, cada vez mais, temos informações sobre pessoas, empresas ou serviços nas mais longínquas terras. Não estou a divagar sobre o “efeito borboleta”, até poderia correlacioná-lo, porém falo de um fenómeno praticamente involuntário: a internacionalização da marca chamada você.
Isso vai muito além de um mero conceito empresarial. Ao internacionalizarmos a nós mesmos, assumimos o controle desse movimento e levamos ao mundo a informação com uma fonte segura: nós próprios.
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Mais ainda, abrimo-nos a contatos e experiências novas, expomo-nos a mercados impensados e trocamos ou ampliamos conceitos baseados em outras culturas. Esse processo não só nos enriquecem pela complexa adaptação, como ainda leva-nos a consolidar crenças, hábitos e comportamentos que reafirmam se estamos ou não certos. Afinal, valores pessoais são moeda forte, seja em qual for a sociedade, cultura ou economia.
Essa interação leva-nos a aprender, respeitar e também a contribuir positivamente para mudanças necessárias com a visão do mundo que trazemos. Sempre será uma experiência rica e uma necessidade básica nos tempos atuais. Internacionalizar amplia nosso mercado, expandindo nossa rede de relacionamentos. O mundo é plural e naturalmente se internacionaliza.
De forma interessante e inexplicável podemos encontrar mãos estendidas de um patrício, conterrâneo ou, até mesmo, de vizinhos ou parentes que não conhecíamos. A recíproca é verdadeira e podemos ser nós a oferecer apoio. Dizer que é fácil seria negar que existem barreiras, pessoas difíceis, leis que desconhecemos, costumes disruptivos e até preconceito, mas, como certa vez um querido amigo disse-me: “as melancias acomodam-se no caminhão durante o trajeto”.
Usando o mercado português como referência, onde existem hoje aproximadamente 250 mil brasileiros residentes oficiais, uma única empresa de recolocação de executivos posicionou na última década mais de 5.000 profissionais dessa nacionalidade em cargos de média e alta gestão.
Um dos maiores profissionais na área de Outplacement, o competente consultor português Jorge Fernandes, afirmou-me recentemente algo que ecoou em minha mente: “o expatriado é um profissional diferenciado pela sua coragem e ousadia, não tem medo de arriscar. É alguém capaz de ouvir “nãos”, tem a habilidade de ganhar guerras.”
Sem dúvidas que o ápice da internacionalização é a migração física, mas antes mesmo dela acontecer podemos preparar o caminho. Estar fisicamente lá pode até não ser o mais importante, mas a presença virtual é e, para tal, alguns passos são fundamentais:
- Investir no aprendizado de idiomas. Isso amplia seu alcance global;
- Manter-se antenado aos movimentos do seu mercado ao redor do mundo;
- Desenvolver habilidades digitais e tecnológicas;
- Estar disposto à flexibilidade de horários, para adaptar-se aos diversos fusos mundiais;
- Estar atualizado às tendências globais e mudar hábitos;
- Atuar em grupos, fóruns técnicos e debates internacionais para criar network;
- Participar de conferências e eventos virtuais, marcando presença de forma positiva e proativa;
- Desenvolver competências sócio-emocionais, bem como um bom entendimento de responsabilidade social e ambiental;
- Buscar ajuda profissional que possa auxiliar, orientar e direcionar uma possível expatriação, sobretudo com o apoio de decisores e Executives Advisors.
Esteja o mais pronto possível, pois o mundo é grande mas é um só. Boa viagem!
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Rhaxwell Nascimento é CEO da Associação e-DNA, Sócio na Digital MKT e Media (e-TAG Digital Signage System), Desenvolvedor de Negócios e Investimentos no Brasil e Portugal, Gestor de Alta Performance, Formador e Criador de Soluções.
Contato: [email protected]
(*) Crédito da foto: Arquivo pessoal
