A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou ontem (9) que todas as rodovias federais do país estão livres de bloqueios e interdições. As ações foram encabeçadas por manifestantes bolsonaristas que contestavam o resultado do segundo turno das eleições presidenciais, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os protestos causaram uma série de transtornos a diversos setores, como o turismo e a hotelaria.
Os bloqueios tiveram duração de dez dias, em 271 pontos por todo o país. A PRF pontua que já havia anunciado a ausência de bloqueios ainda no começo de novembro, mas algumas estradas ainda registravam obstruções parciais e outras voltaram a ser totalmente bloqueadas. Rondônia, Mato Grosso e Paraná foram os últimos estados a terem rodovias liberadas, revela a Folha de S. Paulo.
A ação dos bolsonaristas provocou o desabastecimento de produtos. Associações do setor de varejo se movimentaram para garantir os estoques de medicamentos e alimentos. No setor de restaurantes, a situação mais preocupante foi em Santa Catarina. O estado, que liderou as manifestações, teve todos os pontos liberados ainda no começo desta semana.
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No Paraná, houve falta de carne e pescados. No Tocantins e estados do Nordeste, faltaram insumos na semana passada, segundo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). Paulo Solmucci, presidente da entidade, acredita que a situação não foi pior porque muitos bares e restaurantes já haviam abastecido significativamente os estoques por causa do feriado.
Impacto na hotelaria e turismo
Em entrevista à reportagem do Hotelier News, Roberto Bertino, CEO e fundador da Nobile Hotels & Resorts, pontuou, ainda nos primeiros dias de manifestações, que o número de cancelamentos e remarcações de reservas nos hotéis da rede cresceu durante os atos, principalmente em cidades secundárias e terciárias.
Antônio Coradini, gestor comercial do Fazzenda Park Hotel (SC), relatou quadro parecido, com diversos cancelamentos e remarcações, principalmente de grupos, por conta dos bloqueios das rodovias federais. Já em relação à demanda aérea, levantamento da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) apontou que também houve impactos na demanda aérea. Nos dias de bloqueios mais intensos, cerca de 25 voos foram cancelados no Aeroporto de Guarulhos (SP), tanto domésticos, quanto internacionais.
(*) Crédito da foto: Reprodução/Terra
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