quarta-feira, 13/novembro
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“Se sancionada, reoneração da folha de pagamento é insustentável para a hotelaria”, avalia Alexandre Sampaio

Alexandre Sampaio - reoneraçãoSampaio: projeto não deve passar pelo Senado

Ontem (24), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei da desoneração da folha de pagamento. O texto aplica o benefício para 28 setores da economia até o fim de 2020 e, em paralelo, acaba com o incentivo fiscal para outros segmentos, entre eles a hotelaria. O Hotelier News conversou com Alexandre Sampaio, presidente da FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação), para entender o impacto da medida na indústria de hospedagem.

A reoneração implica no aumento da alíquota de imposto na folha salarial, que, com a eventual aprovação, passaria de 4,5% para 20%. O projeto ainda precisa ser votado pelo Senado, para enfim ser enviado para sanção presidencial. Segundo Sampaio, o pagamento da folha salarial corresponde de 30% a 35% dos custos dos hotéis.


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"Foi uma decisão impensada e, no mínimo, equivocada da Câmara. Não acredito que passará pelo Senado", avalia Sampaio, que destaca a pressão colocada por outros setores. "Não vamos aceitar essa cobrança indevida. Reonerar um setor em razão do problema de outro não é certo e pode criar uma grande bola de neve", completa.

Nas palavras de Sampaio, o movimento atual acontece apenas por um conflito de interesses que envolve os empresários do ramo logístico. "A situação é insustentável e pode acarretar em muitas demissões, terceirização de serviços e trabalho intermitente. Mesmo assim, aumentar a alíquota dessa maneira é algo impossível", pontua o presidente da FBHA.

Reoneração e pressão em Brasília

Caso haja sanção presidencial, a situação da hotelaria nacional, que ensaia uma recuperação, pode piorar ainda mais. Muitos hotéis, segundo Sampaio, podem fechar se o projeto de lei seguir em frente.

“A reoneração de alguns setores e desoneração de outros foi colocada como trégua aos protestos dos caminhoneiros. E isso é muito grave”, avalia.

A paralisação dos caminhoneiros está em seu quinto dia. Em São Paulo, por exemplo, os protestos implicaram na redução da frota de ônibus em operação na capital para 57%. Houve ainda bloqueios de vias principais por manifestantes e grandes filas nos postos de gasolina.

(*) Crédito da capa: marcoagvisconti/Pixabay

(*) Crédito da foto: Filip Calixto/Hotelier News