sexta-feira, 15/novembro
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Serviços tem primeira queda desde fevereiro, informa IBGE

O setor de serviços do Brasil, que impactou fortemente no PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre de 2024, registrou uma queda de 0,4% em agosto, marcando a primeira retração desde fevereiro, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na reportagem do InfoMoney, mostra-se que o recuo ocorreu após uma alta de 0,2%. No acumulado do ano, o volume de serviços cresceu 2,7% em comparação com o mesmo período de 2023, enquanto o acumulado dos últimos 12 meses apresentou crescimento de 1,9%, repetindo as taxas observadas nos meses anteriores.

Apesar da retração mensal, o setor de serviços ainda está 15% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e apenas 0,4% abaixo do ponto mais alto da série histórica, atingido em julho de 2024. O desempenho do setor em agosto ficou abaixo das expectativas de analistas consultados pelo consenso LSEG, que previam uma alta de 0,2% na comparação mensal e 3,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior.


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Desempenho dos setores

Entre os cinco setores analisados, o IBGE  aponta que apenas dois apresentaram queda. O segmento de informação e comunicação registrou retração de 1,0%, devolvendo parte do crescimento acumulado de 3,7% nos dois meses anteriores. O setor de transportes também apresentou uma redução de 0,4%, sua segunda queda consecutiva, acumulando uma perda de 2,0%.

Por outro lado, os serviços prestados às famílias e outros serviços mostraram crescimento. O primeiro avançou 0,8% em agosto, acumulando uma alta de 4,7% desde maio. O segundo, por sua vez, registrou um aumento de 1,4% no mês, com uma expansão acumulada de 1,7% entre julho e agosto. Já o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares manteve-se estável, sem variação no período.

Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral do volume de serviços apresentou crescimento de 0,4% no trimestre encerrado em agosto. Quatro dos cinco setores analisados tiveram crescimento, incluindo o de informação e comunicação (0,9%), serviços prestados às famílias (0,5%), outros serviços (0,5%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (0,4%). Somente o segmento de transportes apresentou retração, com uma queda de 0,1%.

Atividades turísticas

O IBGE também expõe que o índice de atividades turísticas manteve-se estável em agosto (0,0%), após registrar uma queda de 0,8% em julho. Com isso, o segmento permanece 6,9% acima do nível de fevereiro de 2020, mas 0,8% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em fevereiro de 2014.

Regionalmente, 11 dos 17 estados analisados apresentaram queda nas atividades turísticas. São Paulo e Rio de Janeiro lideraram essas retrações, com quedas de 0,8% e 2,1%, respectivamente, seguidos por Minas Gerais (-1,7%) e Pará (-7,9%). No lado oposto, o Rio Grande do Sul teve o maior aumento nas atividades turísticas, com alta de 8,0%, seguido por Santa Catarina (2,3%), Distrito Federal (2,1%) e Paraná (1,3%).

Na comparação com agosto de 2023, o índice de volume de atividades turísticas cresceu 2,6%, marcando o terceiro resultado positivo consecutivo.

Impacto no transporte de passageiros e cargas

No segmento de transporte, o volume de passageiros teve queda de 0,8% em agosto, após recuar 2,4% em julho. Com isso, o transporte de passageiros encontra-se 1,6% abaixo do nível registrado antes da pandemia e 23,9% abaixo do ponto mais alto da série, atingido em fevereiro de 2014.

Por outro lado, o transporte de cargas manteve-se estável (0,0%) em agosto, após registrar uma queda de 0,7% no mês anterior. Esse segmento permanece 32,6% acima do nível pré-pandemia, mas ainda está 7,7% abaixo do ponto mais alto de sua série histórica, registrado em agosto de 2023.

Perspectivas regionais e nacionais

O desempenho regional analisado pelo IBGE mostrou uma maior prevalência de retrações em agosto, com destaque negativo para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Mesmo com a retração mensal, o setor de serviços ainda apresenta crescimento no acumulado do ano e nos últimos 12 meses. No entanto, a expectativa de recuperação total ainda depende de uma retomada mais consistente nos setores mais afetados, como o de transportes e comunicação.

(*) Crédito da capa: Pixabay

(**) Crédito da foto: Lucas Seixas/Folhapress