segunda-feira, 11/novembro
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Setor de serviços começa 2023 com desaceleração

O setor de serviços começa o ano de 2023 dando continuidade a queda no ritmo de seu desempenho, informa o InfoMoney. Pesquisa da S&P Global revela que, em janeiro, o PMI (Índice de Gerentes de Compras) encerrou em 50,7. Ainda que se mantenha acima do nível neutro (50) – que separa contração de expansão – o resultado fica abaixo dos 51,0 registrados em dezembro. O PMI composto, que agrega serviços e indústria, subiu de 49,1 em dezembro para 49,9 em janeiro.

Ainda que os participantes da pesquisa tenham mencionado aumento das vendas e novos clientes em janeiro, muitas empresas citaram demanda mais fraca por seus serviços. Assim como no resultado do levantamento do FGV-Ibre, a confiança no setor apresentou queda significativa em janeiro. Entre os fatores, estão a perda de poder da moeda, custos salariais elevados, restabelecimento do ICMS sobre combustíveis, inflação dos preços dos insumos e aumento dos preços cobrados pela prestação de serviços.

“O setor de serviços do Brasil conseguiu manter a cabeça acima da água no início de 2023, sustentando o crescimento de novos negócios e produção quando foram registradas contrações no setor industrial”, alega Pollyanna De Lima, diretora associada da S&P Global Market Intelligence.


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Ainda segundo ela, as taxas de expansão foram as mais lentas em 20 meses, com baixa probabilidade de uma retomada iminente a curto prazo. “Vários fatores continuaram a diminuir a demanda interna de serviços, incluindo custos de empréstimos mais elevados, inflação, incerteza fiscal e questões políticas”, lista.

Perspectivas

A preocupação das empresas, segundo Pollyanna, é que esses problemas afetem negativamente as perspectivas de crescimento. Entretanto, a expectativa do mercado sugere que a atividade de negócios voltará a aumentar ao longo dos próximos 12 meses, se o BC (Banco Central) fizer cortes nas taxas de juros, a inflação ser contida e ocorra uma melhora no cenário econômico.

“Enquanto as avaliações das empresas para as perspectivas são baseadas em um horizonte de 12 meses, por enquanto a probabilidade de que a política monetária seja atenuada e a inflação recue é muito baixa. Os índices de preços do PMI mostraram aumentos mais fortes nos preços de insumos e preços de venda, em parte devido ao real mais fraco e à retomada do ICMS”, finaliza Pollyanna.

(*) Crédito da foto: PhotoMIX-Company/Pixabay