sábado, 21/setembro
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STR: demanda hoteleira global se aproxima do nível pré-pandemia

De acordo com levantamento da STR, a demanda hoteleira global continua a se fortalecer. O índice de recuperação atingiu pico da era pandêmica no final do terceiro trimestre deste ano. Em setembro, o indicador ficou apenas 6% abaixo do período anterior à crise sanitária, revela o Hospitality Net.

O mês foi o quinto consecutivo em que a demanda global apresentou recuperação, ficando estável em pouco mais de 90% do que era desempenhado no pré-pandemia. Em uma análise mais aprofundada, pode-se dizer que o ritmo da recuperação segue relativamente lento, mas isso não é necessariamente um mau sinal.

Vale lembrar que, na maior parte da pandemia, o lazer e a demanda doméstica foram os principais impulsionadores dos hotéis no mundo. A moderação no ritmo de recuperação nos últimos meses sugere que provavelmente houve certa redefinição no share da demanda, à medida que o lazer caminha para níveis normais e as viagens corporativas voltam a ganhar força.


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Outros dados

A pesquisa da STR também mostra que os grupos começaram a retornar na maior parte do mundo, e a maioria dos países reduziu significativamente as restrições de viagens internacionais, levando a aumento considerável da demanda. A mudança no share indica sustentabilidade para o setor de hospitalidade, visto que a nova realidade, com mix mais acentuado, deve ajudar a manter a boa performance durante as mudanças sazonais, instabilidade política e desafios econômicos que afetam várias regiões do mundo.

Enquanto a demanda caminha em direção à recuperação total, a diária média não apenas atingiu, mas superou os níveis pré-pandemia, com ampla margem. Embora parte desse crescimento tenha sido impulsionado por um ambiente inflacionário global, a diária média real – ou seja, sem os impactos da inflação – permaneceu consistentemente em mais de 90% dos níveis pré-pandêmicos. Neste cenário, a inflação pode ter sido um forte impulsionador da diária, mas a forte recuperação da demanda teve maior influência.

Recorte regional

Obviamente, apesar de certas tendências se desenvolverem em nível global, o cenário varia de acordo com cada mercado. Europa e Américas, por exemplo, estão lidando com inflação recorde. O Oriente Médio, em posição econômica forte, parece continuar impulsionando a demanda de grandes eventos para conter o alto crescimento da oferta, ao mesmo tempo em que vê os principais mercados afetados por preocupações econômicas.

A região da Ásia-Pacífico viu recentemente vários destinos importantes – como Japão e Tailândia – reabrirem, enquanto a China, maior mercado da região, permanece restrita com políticas zero covid.

O que tudo isso significa é que, enquanto as tendências encorajadoras continuarem a se desenvolver, a recuperação do RevPar global continuará a acontecer de forma desigual e deverá permanecer assim por um ano ou dois, dependendo da região.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Marriott International