Seguindo com a programação do Summit22,o secretário Municipal de Turismo de São Paulo, Rodolfo Marinho destacou em sua fala o renascimento da pasta, bem como os planos para a capital paulista. De acordo com o convidado, o setor iniciará um processo de desenvolvimento social e econômico, visando atrair mais visitantes e melhorar a estrutura em alguns pontos da cidade.
“A Secretaria retornou em meados de abril, com a aprovação da prefeitura. Retornamos com o desafio de fazer a requalificação para a retomada de turismo na cidade. Começamos com a parte estrutural, com comissões para poder ouvir todo o setor e desenvolver políticas públicas entre as iniciativas pública e privada”, declara Marinho.
De acordo com o secretário, o turismo na capital paulista é baseado em alguns pilares, como lazer, esportivo, business e eventos. Sabendo dos potenciais do destino, a pasta visa trazer soluções para aproximar o empresariado e o governo, com alternativas para um turismo 360. “Estamos prontos para ouvir o setor, para somar e discutir”, continua o secretário durante o Summit22.
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Um dos pontos de atenção na retomada da Secretaria é a revitalização do Centro Histórico. Segundo Marinho, a região recebe cerca de 100 mil turistas por mês e, a partir de 2023, passará a receber novas ações de desenvolvimento.
Migrando para o segmento de eventos, Marinho explica que a estratégia da prefeitura de São Paulo é de dialogar com outras cidades, mirando absorver ações de intercâmbio, priorizando o Centro.
Atualmente, a capital recebe 24 eventos estratégicos por ano, como Fórmula 1, Carnaval, Parada LGBTQI+, São Paulo Fashion Week, Lollapalooza, Bienal do Livro, entre outros. “Também vamos revisar e implementar o Plano Municipal de Turismo, com atualizações de diretrizes para o desenvolvimento do setor”, finaliza Marinho.
Turismo como protagonista econômico
Reforçando a fala de Marinho, Vinicius Lummertz, secretário de Turismo do Estado de São Paulo, destacou o setor dentro da agenda econômica e política, além de sua relevância econômica. “Se não compreendermos o papel do segmento, vamos ficar discutindo táticas operacionais. Falta união no setor e precisamos de uma representação nacional”.
Com a automatização do setor, Lummertz afirma que existe a necessidade de gerar competitividade de investimento de capital, além da geração de empregos a serem criados. “São Paulo tem espaço para crescer, há demanda e existe a curiosidade. É uma cidade que está entre as melhores em termos de gastronomia, mas faltam peças e a capacidade de financiar isso”.
O líder estadual da pasta garante que colocar o turismo no centro das prioridades políticas e econômicas é um dos compromissos da Secretaria. Em sua fala, Lummertz também salienta que a infraestrutura precisa de ajustes. “Promoção e estruturação. Precisamos elevar a importância política desses 10% que o turismo representa no PIB”.
O secretário ainda compartilhou alguns números de junho de 2022, com 91% dos movimentos oriundos de demandas domésticas e 74% de passageiros em viagens internacionais. Já a ocupação hoteleira para o período chegou a 61,84%, apenas 1% abaixo do performado em 2019, enquanto o setor viu nascer 3 mil novas empresas e 49.123 vagas de trabalho – esta última considerando os meses entre janeiro e julho.
O PIB do turismo de 2019 totalizou R$ 220 bilhões e, de acordo com as previsões da Secretaria, a previsão é que o indicador chegue a R$ 330 bilhões até 2030. “São Paulo se consolidou como um destino de turismo de proximidade, mas precisa melhorar o ambiente de negócios e investimentos em todos os portes, além de equalizar a oferta e demanda e fortalecer o setor com mais produtos”, pontua Lummertz no Summit22.
Outro desafio de São Paulo é desenvolver uma nova abordagem da economia do visitante, buscando elevar os gastos de turistas por aqui.
Turismo x meio ambiente
Trazendo mais um tema de alta relevância ao Sumit22, Patrícia Iglecias, presidente do CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) traçou um paralelo entre o turismo e o meio ambiente. A executiva ressaltou a conexão entre os setores, além de explicar a importância das concessões na experiência dos viajantes.
“A Constituição Federal de 1988 trata o meio ambiente do ponto de vista urbano, cultural e ambiental. O turismo tem uma forte conexão com essa pauta, que ainda é pouco aproveitada pelo setor, mostrando que o segmento pode, deve e é sustentável”, analisa Patrícia.
Durante o Summit22, a presidente do CETESB desmistificou a ideia de que as unidades de conservação devem ser mantidas fora das rotas turísticas, citando exemplos de fora do Brasil, que têm seus parques nacionais como âncoras do turismo. “É uma visão antiga que essas unidades devem se manter como um patrimônio intocado, sem contato com as pessoas. Há um turismo forte nesse aspecto fora do país, e essa lógica é válida aqui”.
As concessões têm sido amplamente adotadas pelo governo para elevar as entregas de equipamentos turísticos naturais. De acordo com Patrícia, as medidas foram criadas com a finalidade de conectar as áreas com questões ambientais e, ao mesmo tempo, desenvolver o turismo.
“Fizemos concessões em São Paulo de uso intensivo. Foi um trabalho extenso entre discussões na Assembleia Legislativa e a sociedade, pois havia uma visão equivocada de privatização e falta de cuidado com o meio ambiente”, diz a executiva. “Nosso Marco Legal de 2016 trouxe pontos relevantes, considerando os aspectos de cada região e seus planos de manejo”, continua.
Um exemplo é o Parque Estadual de Campos do Jordão, que tem 5,6% de sua área concessionada e aberta para visitação. “É uma região protegida, com mais de 180 espécies de aves catalogadas. Este é um trabalho de reconhecimento que deve ser ampliado e explorado para que as pessoas mudem sua forma de pensar e visitem mais esses atrativo”, finaliza.
(*) Crédito das fotos: Nayara Matteis/Hotelier News
